Rio - Os senadores Álvaro Dias (PSDB/PR) e Geraldo Althoff (PFL/SC) não se abateram com as críticas que o vice-presidente de futebol do Vasco, Eurico Miranda, fez a eles em razão da quebra dos sigilos bancário e fiscal do dirigente. Revoltado com as investigações da CPI do Senado, que apura supostas irregularidades no futebol brasileiro, Eurico levantou suspeitas contra os dois parlamentares, que preferiram não entrar em polêmica.
"Vivemos num país democrático e qualquer um pode falar o que bem entende. O deputado Eurico Miranda pode falar o quiser, mas precisa ter respeito com o Senado. Conheço o Eurico e seria estranho se ele estivesse calado. Quem não deve não teme", afirmou Dias, que é presidente da CPI do Senado.
Já Althoff, que é relator da CPI, respondeu por intermédio de seu assessor David Miodownit. O parlamentar também não acredita que a quebra de sigilos bancário e fiscal seja motivo para preocupação dos dirigentes honestos.
"Por que o deputado Eurico Miranda tem tanto medo? Se ele acha que a CPI do Senado é um palco para as pessoas aparecerem, por que ele participa da CPI da Câmara?", questionou o assessor.
Segundo Dias, a maioria dos representantes de clubes não se opôs à quebra de seus sigilos. Ele garante que a CPI servirá para valorizar os bons dirigentes.
"A CPI está fazendo apurações, mas ninguém será exposto a nada. A moralização do futebol brasileiro é uma exigência da sociedade brasileira. Quem não tiver problemas receberá uma espécie de atestado de bom dirigente."
Eurico provou mais uma vez que não tem papas na língua e alfinetou os dois senadores, em entrevista ao programa Rio Bom de Bola, da TV Record, no último fim de semana. O dirigente afirmou que Dias enfrentou problemas quando era governador do Paraná e que Althoff estava torcendo para que o senador titular morresse pelo fato de ser suplente.
"Estas declarações podem gerar, mais uma vez, uma comunicação à Comissão de Ética da Câmara, pois mostra um total desrespeito aos senadores", afirmou o assessor de Althoff.