Rio - As cotas de TV do Campeonato Estadual ainda nem pingaram na conta bancária do Botafogo, mas os credores do clube de General Severiano já começam a se mexer para cobrar dívidas acumuladas há anos, a maioria por salários que jamais foram pagos.
Depois de receber a notificação trabalhista impetrada pelo atacante Bebeto, que não recebeu parte dos salários, o alvinegro agora é cobrado por Carlos Alberto Torres, técnico que dirigiu o time e outro nome de uma lista quase infindável de ações trabalhistas contra o Botafogo.
O Capitão do Tri dirigiu a equipe entre agosto e outubro de 99, durante a campanha do Campeonato Brasileiro. Com um crédito acumulada em R$ 300 mil, ele diz que não entrou com uma ação trabalhista na Justiça contra o clube por ter confiado num acordo feito de boca com o presidente do Botafogo, Mauro Ney Palmeiro, sobre a dívida contraída ainda na gestão de José Luiz Rolim.
“Não entrei com uma ação na Justiça por ter chegado a um acordo com o presidente Mauro Ney Palmeiro. Eu havia acertado que o clube me pagaria o dinheiro em 20 parcelas, mas recebi apenas três. Ligo freqüentemente para o Botafogo, mas jamais consigo encontrar o presidente”, disse Carlos Alberto.
Bebeto optou pelo recurso mais tradicional e entrou na Justiça do Trabalho para receber os atrasados. Mas vai ter de ficar numa boa fila. Já são mais de 270 ações para concorrer com o atacante. No entanto, o R$ 1,5 milhão a ser recebido pelo Alvinegro tem destino certo: os bolsos dos funcionários, que não recebem salário há quatro meses.
Com o vencimento do 13º previsto para hoje, a tendência é que o clube comece a temporada de 2001 com cinco salários atrasados. “Estamos nos empenhando para dar um Natal digno às pessoas que trabalharam e nos ajudaram neste ano”, afirmou o vice de futebol, Antônio Rodrigues.