Porto Alegre - O vice de futebol ainda não está definido, embora o nome do secretário executivo do Ministério dos Esportes, José Otávio Germano (PPB), ganhe cada vez mais força. Muito menos o técnico que comandará o time em 2001, pois há indícios claros da saída de Celso Roth.
Isso, porém, não é impeditivo para a direção retardar a faxina no grupo. O primeiro a deixar o Olímpico será o volante Astrada. O argentino está sendo negociado com o River Plate por US$ 1,8 milhão – US$ 700 mil a menos do que o Grêmio pagou pelo seu passe em janeiro. Assim, o clube reduz a folha em US$ 120 mil, salário mensal de El Jefe.
Comprado para ser o comandante do time forjado com os dólares da ISL, o argentino decepcionou. Foi titular até meados de maio, quando Antônio Lopes o preteriu por Anderson Polga. Depois, enfrentou duas lesões musculares e foi titular em apenas dois jogos no segundo semestre. O seu comportamento profissional e disciplinado, aceitando críticas e vaias sem dar um pio, entretanto, comoveu a todos no Olímpico.
"Fico triste de não ter conseguido jogar e ter seqüência. Mas os treinadores com quem trabalhei, inclusive o Celso, fizeram o que achavam melhor para o Grêmio. Não tenho nada a reclamar e agradeço a todos daqui", despediu-se Astrada.
O diretor de futebol Milton Kuelle, descontente com a falta de acolhida de suas opiniões, deixa o cargo. Germano, por sua vez, confirmou a ZH que pretende deixar Brasília e retornar a Porto Alegre. Vice eleito na chapa de Guerreiro, pode ser a surpresa da nova direção.
A barca dos dispensados zarpará lotada do Olímpico. Capitaneada, provavelmente, por Celso Roth. A direção não demonstrou interesse público em renovar o contrato do técnico, que expira em 31 de dezembro. Alguns jogadores, como Zinho e Paulo Nunes, defenderam sua permanência. Ontem, Roth reconheceu que as carências no grupo foram decisivas na eliminação, frisou que o grupo já estava formado quando chegou e enfatizou o crescimento do time no campeonato. "Quando cheguei aqui, o Grêmio estava em 23º lugar e acabou na quarta colocação, mas cobra-se do profissional porque não chegou à final", ponderou.
A situação de Paulo Nunes está indefinida. É possível até que ganhe uma nova chance.
"Quero ser útil, não adianta ficar para participar dos últimos 10 ou 15 minutos dos jogos", ressalvou.
Quem deve sair
• Sílvio – É dono do passe e tem contrato até dezembro. Sua situação ainda será estudada, mas a tendência é de que saia
Rocrigo Costa – Tem contrato até o fim do ano e não permanecerá. No meio do ano, disse ter um convite para jogar nos EUA
Fabrício – Tem mais um ano de contrato, mas será emprestado caso tenha proposta
Patrício – O empréstimo termina em dezembro e o Grêmio não pretende pagar R$ 500 mil por ele. Será devolvido ao Kindermann
Sandro Neves – Foi comprado do Caxias e tem contrato até o meio do ano. Se surgir alguma proposta, sairá
Astrada – Vendido ao River Plate por US$ 1,8 milhões
Jé – Será emprestado para o Rio Branco, de Americana, para o Paulistão
Gauchinho – Empréstimo termina no fim do ano. Será devolvido ao Atlético-PR
Adão – O passe é do Grêmio, que pagou R$ 600 mil ao Caxias. Deve ser emprestado ou negociado caso surja alguma proposta
Warley – Emprestado até 31 de julho. Passe custa US$ 7 milhões, o que dificulta sua contratação