Porto Alegre - O secretário-executivo do Ministério do Turismo e dos Esportes, o gaúcho José Otávio Germano, tratou, nesta quinta-feira, de tranqüilizar a torcida gremista, que anda assustada com a perspectiva de que Ronaldinho ganhe passe livre e vá embora para a Europa.
"É quase certo que o artigo da Lei Pelé que dá passe livre aos jogadores a partir de de 1° de março seja suspenso por um ano, para que haja uma discussão mais ampla sobre o assunto", revelou Germano, que é expert no assunto e tem grandes chances de ser o vice-presidente de futebol do Tricolor para 2001.
A palavra do secretário chegou em boa hora. O irmão e procurador de Ronaldinho, Roberto de Assis Moreira, deu entrevista na quarta-feira afirmando ter absoluta certeza de que o craque estará livre para estudar propostas de outros clubes a partir de 1º de março. O Grêmio, no entanto, acha que Ronaldinho não se enquadra nesse caso.
A polêmica está formada e parece que vai durar, pois Assis acena com outra possibilidade. "Mesmo que o artigo do passe livre seja adiado, o Ronaldo tem chances de negociar sua saída, já que um desacordo pode levar o passe à Federação", avisou. O contrato de Ronaldinho termina em 15 de fevereiro.
Por que Assis está se mostrando tão duro com o clube que o revelou, em 1987? Aparentemente, porque seu irmão tem sido o maior destaque do Grêmio e, no entanto, quem tem faturado alto são os que vieram de fora. "O clube preferiu gastar fortunas com medalhões, em detrimento da prata da casa", disparou Assis.
Enquanto a polêmica se desdobra, o presidente do Grêmio procura um vice-presidente de futebol, para então, junto com o escolhido, partir para a contratação do novo técnico. O mais cotado para dirigir o futebol é mesmo José Otávio Germano. O técnico Celso Roth tem mínimas chances de permanecer no cargo - nem tanto por seu desempenho, mas pelas divergências públicas com Ronaldinho.
O presidente procura administrar outro problema: sua imagem de centralizador tem afastado colaboradores. O vice de futebol, Vicente Martins, não quis continuar no cargo. O mesmo aconteceu com o diretor de futebol Milton Kuelle, só que este disse por quê: suas opiniões não eram levadas em conta por Guerreiro. O presidente se defende dizendo que ouve a todos, mas que não pode fugir à obrigação de decidir.
No campo das contratações, especula-se que o Grêmio tentará a contratação do cabeça-de-área Marcos Vinicius, do Atlético-PR.