São Paulo - O próximo dia 28 promete ser inesquecível para o atacante Rodrigo, do América. Aos 19 anos, ele irá assinar o primeiro contrato como profissional de sua carreira e começar a realizar o sonho dos pais e dois irmãos, seus maiores incentivadores desde que começou a jogar bola, há oito anos.
Artilheiro da Taça BH de Futebol Júnior, e autor do gol que deu o título ao América, Rodrigo nem sequer irá participar da tão disputada Taça São Paulo de Juniores. Já foi convocado pelo futuro técnico Procópio Cardoso Neto para integrar o elenco na temporada 2001.
“Por um lado fico triste de não poder ajudar meus amigos. Formamos uma grande família, sempre buscando colocar o América na frente. Mas, por outro, é o começo da realização do meu sonho, do sonho da minha família que sempre me incentivou a ser jogador profissional", conta o atacante, que recebeu com surpresa o telefonema do supervisor da categoria Júnior, Ademar, informando que teria de apresentar junto com os jogadores profissionais, na semana que vem.
Rodrigo Leonardo Ribeiro começou a carreira no Ica, time de Borges, distrito de Sabará. Durante três anos, jogou nas categorias mirim e pré-infantil do Cruzeiro até se transferir para o América, na metade de 98. Este ano, integrou o grupo que disputou a Taça São Paulo de Juniores, mas teve que amargar o banco.
“Eu era reserva do Álvaro. Entrava sempre no segundo tempo, mas nunca tive oportunidade de me firmar. Mas soube esperar a minha vez chegar", ressalta o jogador que vê grande possibilidades de disputar uma vaga entre os titulares do time profissional. Principalmente porque o América não contará com o atacante Zé Afonso, que não renovou seu contrato com o clube, e dificilmente terá Celso para a próxima temporada - ele tem propostas de outros times.
“A minha expectativa é a melhor possível. Sei que minhas chances de ganhar uma vaga na equipe vão depender do meu trabalho. O Procópio falou que vai mesclar jogadores experientes com os mais jovens e vou fazer o meu melhor", avisa.
Rodrigo, no entanto, sabe das dificuldades que terá pela frente. Principalmente por ter presenciado um ex-companheiro de Juniores, Reinaldo, ter tido uma chance na equipe profissional e não se firmado. Quando chegou ao América, o então técnico Jair Pereira escalou Reinaldo como titular contra o Santos, mas ele não correspondeu e nunca mais voltou ao time. “É uma lição para mim pois, se eu entrar e não corresponder, pode acontecer a mesma coisa", compara o atacante.