São Paulo - O primeiro passo para o resgate da autoestima do Fluminense foi dado dentro de campo, com as boas campanhas na Copa do Brasil e na Copa João Havelange, que recolocaram o clube num lugar de destaque no cenário do futebol brasileiro. O próximo será dado fora das quatro linhas. Preocupada em resgatar e preservar a memória do aristocrático clube das Laranjeiras, a diretoria tricolor reformará a sede da Rua Álvaro Chaves e construirá no local um Centro Cultural, com cerca de dois mil metros quadrados. A idéia é que as obras estejam concluídas em 2002, ano do centenário do clube.

”Nossa intenção é não só cuidar dignamente da memória do Fluminense, mas também revitalizar a vida social do clube. Assim, atrairemos novos sócios, torcedores e resgataremos o glamour e a Belle Époque do Tricolor – afirmou Gustavo Marins, um dos coordenadores do projeto.

O Centro Cultural abrigará um museu totalmente informatizado, com exposições temporárias e permanentes, um espaço multimídia, videoteca, sala de leitura, teatro, cinema e auditório. Além disso, está prevista no projeto a criação de um pub inglês Oscar Cox, em homenagem a um dos fundadores do clube. Os recursos para a obra, que está orçada em R$ 8 milhões, deverão ser obtidos através de empresas privadas, que poderão receber em troca incentivos fiscais por intermédio das leis Rouanet e Estadual de incentivo à cultura.

Como a sede do Fluminense é tombada pelo patrimônio histórico estadual e federal, todo o projeto de restauração arquitetônica, além da construção do novo espaço, comandado pelo arquiteto Luiz Carlos dos Reis, tem de ser aprovado pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural). O projeto foi exposto na sexta-feira passada e praticamente aprovado, faltando apenas alguns detalhes.

”Vamos restaurar a sede nos mínimos detalhes. Os afrescos, vitrais, quadros, enfim, tudo será muito bem cuidado, após um enorme trabalho de museologia”, afirmou Gustavo Marins, fazendo questão de ressaltar o pioneirismo da iniciativa tricolor:

”A criação deste Centro possibilitará que o Fluminense seja pioneiro entre os clubes brasileiros. Além de divulgar sua memória, ele desenvolverá a cultura do país.”

L!Sportpress