O paraguaio Gamarra se reapresentou ontem ao Flamengo como um autêntico capitão: pronto para a guerra. Depois de passar férias em Recife e Assunção, no Paraguai, o zagueiro chegou com planos de recuperar o tempo perdido e disposto a apagar a má impressão do ano de 2000.
”Para mim, esta temporada foi péssima. Devido a vários problemas, como contusões e viagens, joguei muito pouco. Espero fazer ter mais sucesso no Flamengo em 2001 e conquistar títulos”, disse Gamarra, que se apresentou com dois dias de atraso por causa de problemas particulares em Assunção.
O zagueiro espera que, com a pré-temporada, não só ele mas todo o elenco possa começar o ano com o pé direito.
”Essa base que a pré-temporada dá ao jogador é muito importante. Eu não fazia pré-temporada ha quatro anos, devido a Copa América, outras competições e mudança de time. Com um trabalho físico bem feito antes das competições, poderemos render muito mais”, disse Gamarra, que passou a manhã fazendo testes físicos e exames.
Ele sabe o quanto será preciso fôlego. Gamarra terá que se desdobrar para servir ao Flamengo, à Seleção Paraguaia nas eliminatórias da Copa do Mundo e na Copa América, em julho, na Colômbia. Mas ontem o jogador mostrou claramente que quer dedicar mais tempo ao Flamengo e adiantou que vai conversar com os dirigentes da Federação Paraguaia para conseguir a liberação de algumas partidas da seleção.
”Quando a seleção já estiver classificada, eu poderei negociar mais facilmente a minha liberação”, disse Gamarra.
Para Gamarra, a pré-temporada será decisiva também para que o grupo de qualidade se transforme em um time de qualidade.
”Cometemos muitos erros de marcação e não jogamos compactados. Não chegamos a formar um time, fomos uma sombra do que poderíamos ser”, disse Gamarra.
Considerado um líder no elenco, Gamarra sabe que o time será mais cobrado nesse primeiro semestre de 2001, em razão do fiasco do milionário time no segundo semestre. E sabe também a receita para satisfazer a exigente torcida rubro-negra.
”Não é difícil jogar no Flamengo. A torcida exige muito mas é firme e apóia a equipe. Mas quer ver raça e com o prepara que vemos ter, não faltará raça. E temos atletas para desequilibrar uma partida”, disse.