Rio - Morreu nesta quinta-feira, aos 83 anos, nos EUA, o ex-cronista esportivo e membro da equipe olímpica de atletismo do país Marty Glickman que, em 1936, foi impedido de competir em Berlim por ser judeu.
Glickman disputaria o revezamento 4 X 400m, mas foi avisado na véspera da prova de que não poderia participar, assim como seu companheiro Sam Stoller. A delegação norte-americana justificou a eliminação dos dois atletas dizendo que uma possível vitória da equipe seria uma provocação à Alemanha de Hitler, anfitriã dos Jogos de 36.
Há dois anos, Glickman foi homenageado pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) com o prêmio General Douglas MacArthur por sua contribuição à comunidade olímpica.
"Sua vida deve servir de exemplo a qualquer atleta", disse, em comunicado, o porta-voz do USOC, Mike Moran. "Ele foi um vencedor, pois continuou lutando pelo esporte, quando podia ter feito o contrário."
Após os Jogos de Berlim, Glickman voltou aos EUA, onde passou a trabalhar em uma rádio da cidade de Syracuse, onde morava, em 1937. Formou-se dois anos depois e foi cronista esportivo por 55 anos.
Glickman estava internado no hospital Lennox Hill desde o dia 2 de dezembro. Ele foi submetido a uma angioplastia no dia 14 e faleceu em conseqüência de complicações causadas pela operação.