Rio - Eurico Miranda é um homem que parece nada temer. Na reunião do Conselho Deliberativo, nesta sexta-feira, na sede do Calabouços, cantou o hino do Vasco, puxou animado os gritos de "casaca" e enfrentou aqueles que considera seu inimigo. Declarou guerra às Organizações Globo e garantiu que não perde sua imunidade parlamentar, apesar das pressões do presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães.
“A minha imunidade parlamentar é do Vasco. Eu duvido que alguém a casse. Só a torcida do Vasco é capaz disso”, garantiu o dirigente aos gritos, que foram ouvidos do lado externo do clube.
Convicto da existência de uma perseguição, o dirigente conseguiu apoio dos conselheiros, inclusive da oposição, para entrar em rota de colisão com as Organizações Globo. “O problema é que eles não atacam o Eurico cidadão, mas o Eurico do Vasco da Gama. A Globo denigre a imagem do Vasco”, disse.
Um outro conselheiro, então, pediu a palavra para anunciar o boicote aos produtos globais. E mais do que isso: um arrocho nas contas do clube para viabilizar financeiramente o rompimento do contrato de televisionamento com a emissora. “Vamos diminuir os custos para não depender dos recursos financeiros da Globo. Não podemos mais ler, ouvir e ver nada da emissora”.
Candidato da oposição à presidência nas eleições de 1997, Jorge Salgado saiu em defesa do Vasco. “Aqui não tem oposição. Estamos em defesa do clube”, afirmou.
Ao final da reunião, que durou duas horas e meia, o assessor de imprensa, Roberto Garófalo, divulgou a posição oficial do clube: “Há apoio às atitudes da diretoria do clube e o Vasco vai responder todas as verdades e mentiras que estão sendo veiculadas”, anunciou.