Rio - No auge do sucesso, não havia dupla mais entrosada do que Túlio e Donizete. Os dois combinavam as fanfarronices com uma dobradinha mortal que levou o clube à conquista do Campeonato Brasileiro de 95, o título mais importante da história alvinegra. O resgate tardio não justificou-se na pífia campanha na Copa João Havelange. No entanto, o entrosamento fora do campo nunca mudou. No dia seguinte à dispensa de Túlio, Donizete sentiu o golpe. Sem exibir o mesmo sorriso habitual, o Pantera expressou a frustração pelo que fizeram com o grande amigo.
”O grande problema do Botafogo é que o jogador não é valorizado. Já senti isso várias vezes. O próprio presidente me atacou quando atravessava um mau momento em vez de apoiar”, desabafou o Pantera. “A torcida sempre nos apoiou, mas a diretoria não quer saber.”
Em conversas com o centroavante, Donizete garante que o desejo de Túlio é permanecer no Botafogo. Mas revela que o antigo ídolo da torcida do Botafogo não esconde a mágoa com os atuais dirigentes. De acordo com Donizete, Túlio tem convicção que ainda pode ser muito útil ao clube que o consagrou há pouco mais de cinco anos.
”Ele está sofrendo muito com toda essa situação, mas ele adora o Botafogo. É difícil ver um jogador como o Túlio ir para o banco de reservas e não reclamar. Ele nunca fez nada disso. Ele tem boca, mas não fala”, explicou Donizete, que admite não ter a mesma tranqüilidade que o fiel escudeiro.
Confiante na capacidade de Túlio, o antigo parceiro de ataque veste a camisa e defende o amigo com unhas e dentes. Garante que não há nenhum jogador no Botafogo que não goste do centroavante brincalhão e lança mão de um apelo para que o amigo seja reintegrado rapidamente ao elenco alvinegro, em Além Paraíba.
”Se quisermos disputar títulos, não podemos nos prescindir de um jogador com as qualidades do Túlio. Ele é um matador nato”, afirmou o Pantera. – Ele transmite alegria e é ideal para estar conosco no início de uma nova temporada. Por tudo que o Túlio representa para a torcida e para o próprio clube, ele não pode ficar marginalizado. Eu acho isso um absurdo.