Recife - Ele chegou com a enorme responsabilidade de substituir Leão e levar o Sport ao tão sonhado e inédito hexacampeonato. Mas Jair Pereira não parece nem um pouco preocupado com isso. Com um estilo totalmente diferente do seu antecessor, pelo menos no trato com a imprensa e a torcida, e com um currículo de dar inveja a muito treinador, inclusive um título mundial dirigindo a seleção sub-20 em 83, Jair parece mais preocupado em formar um time forte para representar à altura o Leão, do que com formalidades e intrigas de bastidores.
“Quero voltar a ser o Jair da década de 80 e início da de 90”, disse o treinador, referindo-se ao auge de sua carreira, quando dirigiu os principais times do Brasil, conseguindo títulos no Corinthians, Flamengo, Atlético/MG, Vasco e seleção brasileira sub-20. E por falar em seleção, Jair ainda acredita que pode voltar a dirigir a canarinha, só que desta vez no profissional.
“Tive meu nome cotado para o comando da seleção principal inúmeras vezes e continuo confiando no meu taco”, disse o novo treinador rubro-negro.
Jair tem 54 anos e começou no futebol jogando como atacante no Madureira, em 64. Ele ainda teve passagens pelo Flamengo, Bonsucesso, Olaria, Santa Cruz e Bangu, onde encerrou a carreira em 78. Apenas um ano depois Jair já era o treinador do Campo Grande e dois anos depois foi chamado para dirigir a seleção brasileira de juniores, onde marcou época.
Formado em Educação Física, o treinador se diz um estudioso do futebol. Jair não dispensa o seu laptop, onde armazena informações sobre os adversários. “Acho fundamental analisar as equipes com antecedência. Temos que saber como anular as jogadas fortes do oponente, bem como aproveitar seus pontos fracos”, explicou Jair, que também confessou se utilizar de olheiros para esta tarefa.
SPORT - A boa campanha no Copa João Havelange deste ano e o crescimento do Sport na década de 90 sem dúvida influíram na vinda do treinador para o Recife, mas Jair é franco o suficiente para confessar: “Se eu soubesse que o time iria se desmontar desse jeito, teria pensado duas vezes antes de vir para cá. Mas também gosto de desafios e sei que o Sport é um time de grande estrutura e vou dar tudo de mim para levar o Leão à conquista não só do hexacampeonato, como da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil”.
Mas, para isso, Jair precisará formar uma equipe forte. Mesmo depois de o Sport ter perdido os principais jogadores da última campanha no Brasileiro, Jair promete lutar para conseguir seu objetivo, nem que para isso precise entrar em conflito com o presidente Luciano Bivar e sua atual política de pés no chão. “A torcida está pedindo um grande time e eu concordo com ela. O Sport tem um nome a zelar e os mais interessados em manter isso são os dirigentes”, finalizou Jair.