São Paulo - Nelson Prudêncio, 56 anos, medalhista olímpico do salto triplo no México (1968) e Munique (1972), acaba de chegar ao velório de Adhemar Ferreira da Silva.
Com a morte de Adhemar, nesta sexta-feira pela manhã, e de João do Pulo, no ano passado, ele é o único brasileiro vivo que já alcançou destaque nesta modalidade do atletismo.
Prudêncio estava num evento da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), em Manaus, quando soube que o amigo estava internado. Viajou logo em seguida para São Paulo, onde chegou nesta quinta.
Ele esteve pela última vez com Adhemar na parada de 7 de setembro em São Paulo, no ano passado. Prudêncio lembra que o outro brincou que ia fazer um check up.
Na sua opinião, Adhemar parecia estar muito bem, por isso se surpreendeu quando soube da sua internação. "É um desgaste natural da vida, temos que aceitar", disse.
O ex-atleta não se mostrou surpreso com o pequeno número de pessoas no velório de Adhemar. "No Brasil, as pessoas só dão valor quando os atletas morrem", afirmou.
"O atletismo é o primo pobre do esporte nacional. Nós só somos lembrados de quatro em quatro anos. Isso não me incomoda e não sei se incomodava a ele", acrescentou.