Porto Alegre - Nas suas primeiras entrevistas como técnico do Internacional, no início de 2000, José Mário de Almeida Barros, o Zé Mário, advertiu, na sua voz calma, que não faria milagres nem realizaria trabalho a curto prazo com a equipe do Inter.
Neste ano, as declarações são mais otimistas, e o treinador já promete que a sua equipe, atuando nos mesmos moldes de 2000, sem grandes estrelas e impulsionada por esforço coletivo, terá mais condições de ganhar os títulos que o Inter não vence desde 1997.
"Começamos fazendo um trabalho a longo prazo. Ano passado, se vencêssemos uma competição, poderíamos dizer que foi por sorte, contingência. Este ano não. Já sabemos os pontos exatos em que trabalhar e conhecemos os jogadores. Estamos credenciados a almejar um título pelo nosso trabalho", avalia o treinador.
O Inter embarca neste domingo de volta a Porto Alegre para retomar a agenda de competições. Na quarta-feira, retorna ao Beira-Rio para enfrentar outra vez o Cruzeiro, de Felipão, na estréia na Copa Sul-Minas. O mesmo clube que acabou com a participação do Inter na Copa João Havelange, em dezembro do ano passado, eliminando o time gaúcho ao vencer por 3 a 2, no Mineirão. A idéia de equipe que Zé Mário carrega de volta de Santo Amaro é bem diferente da que perdeu para o Cruzeiro.
Das 11 posições, sete terão novos nomes neste primeiro jogo oficial do ano: no lugar do lesionado Hiran, João Gabriel. No de Lúcio, Fernando Cardozo. Denílson teve seu passe, de R$ 1,8 milhão, encaminhado na sexta-feira à noite para a Federação Gaúcha de Futebol e Barão é o cotado para a lateral-direita. Fábio Rochemback está com a seleção brasileira sub-20, e será substituído provavelmente por Gil Baiano. Elivélton cede lugar a Lê. O ataque, sem Fabiano e Rodrigão, deve ser composto por Marco Aurélio e Luiz Cláudio, se este não for liberado para disputar a final da João Havelange pelo Vasco, no dia 18.
Mesmo com tantas modificações, Zé Mário acredita nas boas chances do time. "A torcida deve ir ao estádio. Esta partida será a nossa revanche."
A torcida que Zé Mário convoca esteve presente nos jogos em que o time precisava de apoio. Após a desclassificação da João Havelange, foi ao aeroporto saudar o esforço dos jogadores. Zé Mário reconhece que, no segundo ano de trabalho, a relação com a torcida passa por uma conquista.
"O torcedor quer o mesmo que nós: mais. Fomos bem, mas este ano queremos mais", diz Zé Mário.