Rio - Taílson quer parar. O principal reforço alvinegro para a temporada tem um currículo extenso para um jogador de 25 anos. Em sete temporadas, este sergipano defendeu nove camisas. Depois de ser revelado pelo Bahia em 93, ele começou uma peregrinação que o levou até Japão e Portugal. Fora o XV de Piracicaba, que defendeu por um ano e meio, nunca passou mais de seis meses num clube. E é justamente nesta vida de andarilho que Taílson quer pôr um ponto final.
O artilheiro assinou contrato com o Botafogo por três anos e teve metade do passe comprado junto à TAM. Já à procura de uma casa em Niterói, ele não esconde a felicidade com a oportunidade de fixar raízes num grande clube do Rio e dar um basta às mudanças de cidade que sempre atormentaram a família.
“Estou muito feliz. Esses três anos de contrato dão a segurança que eu queria”, afirmou Taílson, casado com Ana Paula e pai de Maria Luísa, 3 anos, e Maria Eduarda, 3 meses.
“Minha filha maior vai começar a estudar e não quero que mude de escola de seis em seis meses. Essas mudanças nos prejudicavam porque deixávamos amigos e recomeçávamos do zero”.
A vida nômade de Taílson começou quando ele chegou ao XV de Novembro de Piracicaba, que acabara de ser arrendado pela empresa aérea TAM, logo depois do rebaixamento para a série A-II do Paulistão, em 95. Com o passe preso à empresa, Taílson começou a ser oferecido a vários clubes depois que o contrato de parceria terminou.
“Foi assim que vim fazer testes no Botafogo em 97. Depois, passei por dois clubes por ano, em média. Em 98, defendi três equipes: Matonense, Brasil de Pelotas, onde fiquei só 40 dias para disputar a fase final do Gaúcho, e Botafogo (SP)”.
Graças a esses empréstimos de seis meses, o atacante conheceu o futebol asiático e europeu. No segundo semestre de 99, embarcou rumo ao Japão para defender o Gamba Osaka. No ano seguinte, foi para Portugal jogar pelo Sporting de Braga. A experiência no Japão ficou restrita a treinar, descansar e jogar fliperama ocasionalmente. Mas Taílson não esconde que ficou frustrado por não se firmar em Portugal: “Fiquei só cinco meses lá, mas me adaptei bem. O Braga queria renovar o empréstimo, mas a TAM só queria me vender. Depois, acabou me emprestando para o Sport”.
Com os pés firmes no Botafogo, Taílson não esconde a ansiedade com a chance de finalmente se firmar. Chega com as credenciais de ter feito 13 gols na Copa JH e ensaia um discurso modesto, mas esperançoso antes da estréia. “Nem importa quem fará o gol, contanto que o time vença. Se estivermos bem, ninguém prestará tanta atenção se os atacantes estão marcando ou não. Mas eu estou numa fase boa da carreira e sinto, sinceramente, que serei muito feliz aqui dentro”, completou.