São Paulo - Para o presidente do Tricolor, Paulo Amaral, a final da Copa João Havelange, entre Vasco e São Caetano, levou o futebol brasileiro ao fundo do poço. Como a situação financeira dos clubes já era crítica, a tragédia em São Januário deve afastar ainda mais os investidores.
“Aquele incidente repercutiu muito mal no exterior. O mundo todo está vendo que o futebol brasileiro é desorganizado. Que empresa vai querer investir em algo que não tem estrutura, organização?”
Ainda segundo Paulo Amaral, desde o julgamento do caso do Sandro Hiroshi (tinha certidão de nascimento adulterada), o futebol brasileiro passa por um "mal momento".
Hiroshi, aliás, desencadeou uma série de batalhas jurídicas por outro motivo. Ele tinha vínculos com o Tocantinópolis (havia sido registrado na Federação Tocantinense de Futebol) quando foi para o Rio Branco e, posteriormente, vendido para o São Paulo. Esse imbróglio foi uma das causas da criação da Copa JH.
Pior para o torcedor, que terá de conviver por um longo período com a política de contenção de despesas. “Há seis meses, o São Paulo estava conversando com três empresas para fechar parceria. Hoje as conversas não existem mais. Todos se encolheram”, diz o presidente.
Para Paulo Amaral, os dirigentes brasileiros (ele se inclui no "time") precisam tomar os incidentes em São Januário como lição. O momento é de manter o caixa sem déficit e apostar na molecada.
“Não gastamos e vamos ser recompensados no futuro, com a molecada. Não podemos mais vender jogador para cobrir rombo no caixa”.
Além de Júlio Baptista, Renatinho, Alemão e Oliveira, os mais conhecidos do time júnior, a aposta da diretoria é no meia Hugo e no atacante Dinei. O primeiro tem o passe fixado em R$ 1 milhão e pertence ao Friburguense. O segundo está emprestado pelo Atlético de Sorocaba.