Porto Alegre - O diagnóstico dos jogadores do Inter para a derrota no primeiro jogo da Copa Sul-Minas, um 2 a 0 em pleno Beira-Rio contra um Cruzeiro misto, foi unânime: faltou tranqüilidade.

Depois de realizar um bom primeiro tempo, o time perdeu um pênalti e fez um gol contra. Para os jogadores, foi aí que o time cedeu ao desespero e se desestruturou. Levou mais um e perdeu, num resultado que surpreendeu até o próprio técnico do Cruzeiro, Luiz Felipe Scolari.

"Nós jogamos um ótimo primeiro tempo, mas aí depois do pênalti e do gol o grupo ficou nervoso, quis partir para cima com aquela ansiedade de resolver o jogo com urgência e ficamos vulneráveis. Até ali, sabíamos o que fazer. Depois, nos perdemos", analisou o capitão do time, o volante Marcelo.

O centroavante Luiz Cláudio, que teve uma primeira experiência desagradável com a torcida colorada e deixou o campo vaiado, assumiu os erros cometidos na partida, mas considerou a manifestação das arquibancadas um exagero: "Fiquei triste. Perdi o pênalti na hora errada, em um momento que poderia ter transformado o jogo, mas a torcida também é importante para nos apoiar nos maus momentos. Mas pretendo me recuperar e fazer o torcedor confiar em mim."

Luiz Cláudio foi escolhido pelo próprio grupo como o batedor do pênalti. Durante os pênaltis cobrados nos treinos da pré-temporada, o jogador foi o que apresentou o melhor aproveitamento. Por isso, já havia um entendimento tácito entre seus companheiros de que ele seria o homem a cobrar uma eventual penalidade. Marcelo, ele próprio alvo das vaias no ano passado, havia prevenido os novos jogadores sobre a instabilidade do torcedor.

"Já havíamos avisado que a torcida do Inter é muito grande, que ama apaixonadamente o clube e que está ansiosa por um título, daí cobra exageradamente. Mas é uma questão de trabalhar sério e não se abalar", disse ele.

O resultado não abalou a confiança de Zé Mário. Luiz Cláudio e Fábio Pinto devem permanecer no ataque dia 24, contra o Joinville. No meio, Marcelo, que o treinador planeja pôr em campo, é dúvida devido a uma entorse no tornozelo esquerdo. O meia-esquerda Lê quer jogar, mas não está nos planos de Zé Mário devido a uma lesão muscular na coxa direita. Mas o meia confia na recuperação. "Se os médicos não me liberarem, eu me libero", brincou ele.

Zero Hora