São Paulo - Uma subcomissão da CPI da Nike vai a São Luís, no Maranhão, para investigar denúncias de tráfico de menores para o exterior e os chamados "gatos", atletas com idade adulterada. Os deputados pretendem ouvir empresários, jogadores, dirigentes de clubes e membros da Federação Maranhense de Futebol, segundo informou a Agência Câmara.
A cidade é uma das grandes exportadoras de atletas, principalmente adolescentes. A CPI já constatou que mais de 500 profissionais já jogam em países da Europa, Estados Unidos, Japão e países do Oriente Médio.
Em novembro passado, a Comissão ouviu o atual presidente do Moto Clube, Luís Jandir Amim de Castro, e o ex-dirigente do clube, Antônio José Cassas de Lima. Diante dos deputados, Luís Jandir acusou Cassas de se apropriar de parte do dinheiro da venda de jogadores. Atual vice-presidente da Federação Maranhense de Futebol, Cassas de Lima também é acusado de patrocinar a chamada "fábrica de gatos" e de levar menores para jogar no exterior.
De acordo com o deputado Eduardo Campos (PSB-PE), a CPI está munida de documentos que comprovam que o Estado tomou a dianteira na exportação irregular de jogadores e na adulteração de documentos de jovens atletas.
No final do ano passado, o deputado Eduardo Campos trouxe da Bélgica o menor Fábio Faria, de 16 anos, que foi levado para jogar naquele país pelo empresário Ted Júnior. Depois de sofrer uma contusão e ter sido abandonado pelo empresário, o jovem atleta passou necessidade. Ao regressar ao Brasil, depôs na CPI na condição de testemunha do esquema de envio de menores para o exterior.