São Paulo - Apesar de o futebol americano ser um esporte exclusivamente masculino em campo, as mulheres também estão presentes na lista de torcedores brasileiros -- mesmo sendo uma pequena minoria.
Membro da Associação Brasileira de Torcedores do Futebol Americano (ABTFA) e da lista de e-mails Redzone, Maria Alice Costa começou a ver futebol americano com o filho Guilherme. Em 1994 eles viajaram para a casa de um amigo em São Francisco, nos Estados Unidos, e o interesse aumentou porque ele lhe explicou as regras do esporte.
``Tinha a visão de que era um monte de homens brigando, mas comecei a perceber que é um jogo de estratégia e de equipe'', explica Maria Alice, professora de 38 anos.
Segundo ela, somente cerca de 10 mulheres participam da lista, mas o apoio dos homens é total. ``Não sinto nenhum tipo de discriminação, eles até acham legal. Eu sentia vergonha pelo fato de saber pouco, mas aprendi muito na Redzone. Eles são super dispostos a ensinar'', explicou, afirmando que nas reuniões do grupo não fica de lado e torce normalmente.
Nem mesmo as jogadas mais duras assustam as mulheres. ``A violência parece ser mais forte do que é. Claro, muitas vezes sai gente machucada, mas no nosso futebol também volta e meia acontece isso. Mas, quando se entende que isso faz parte, que é preciso, percebe-se que a violência não é tão grande'', diz. ``O objetivo não é machucar, é parar a bola''.
Maria Alice conta que encontra o preconceito longe do grupo de torcedores. É nos amigos e nos momentos em que comenta sobre o esporte que ela vê caras de espanto.
``Quando conto para algum amigo ou demonstro conhecimento, riem ou me olham como se eu fosse uma extraterrestre'', conta.