São Paulo - Domingo, a Portuguesa vencia o União São João por 1 a 0, no Canindé, quando o atacante Lúcio foi derrubado na entrada da área. Como de costume, o meia Irênio se preparava para bater.
Para surpresa de todos, no entanto, o estreante Mancini foi o responsável pela cobrança. Uma perfeição, que originou o segundo gol da Lusa. Naquele momento, o lateral dava início a uma nova fase na carreira e colocava um ponto final em sua história com o Atlético-MG, clube onde deu os primeiros chutes.
”A torcida estava me crucificando no Atlético. O time inteiro podia errar, menos o Mancini. Eu pegava na bola e começavam a me vaiar. Já não tinha motivação para jogar”, recorda-se o lateral.
A mesma motivação que Mancini, em menos de um mês, parece ter reencontrado no Canindé.
”Fui bem recebido por todos na Portuguesa. Aqui recuperei a motivação para jogar e treinar. Além disso, estou na vitrine por disputar o melhor campeonato do país”, elogia o lateral, empolgado com os dois gols marcados na estréia pela Lusa.
Uma estréia que fez o lateral voltar a ouvir os aplausos dos torcedores e o faz sonhar com a Seleção.
”Vou provar que não fui convocado 15 vezes para a Seleção à toa. Ainda estamos no começo do trabalho e, com o passar do tempo, vou evoluir ainda mais”, promete Mancini, que passou pela Seleção durante a preparação para a Olimpíada de Sydney, no ano passado.
E para realizar o sonho de voltar à Seleção, Mancini conta com o apoio do técnico Renê Simões.
”O Mancini chegou aqui e já bate falta. No Atlético ele não fazia isso, estava reprimido e isso atrapalhava seu futebol. Aqui ele está tendo liberdade para se expressar e podendo mostrar seu melhor”, explica o técnico, que não se empolgou com a goleada da estréia.
”Este é um momento delicado tanto para nós quanto para o União. Nosso time tem que tomar cuidado para não ficar de salto alto e o União, para não perder a motivação. É um momento em que precisamos encontrar um ponto de equilíbrio.”