Rio - Para o paraguaio Gamarra, o jogo desta quarta-feira contra o Corinthians será de fortes emoções. Primeiro, por ser o retorno do jogador aos gramados – ele não atua desde novembro. Segundo, porque será a primeira partida de Gamarra contra o Corinthians, clube pelo qual foi campeão brasileiro e transformou-se em ídolo da Fiel. E o zagueiro volta com uma responsabilidade: arrumar a defesa do Flamengo, que teve desastrada atuação contra o Santos.
“Ninguém está 100% em um início de temporada. Eu também não. A forma física ideal só virá com uma seqüência de jogos e espero, finalmente, me ver livre das lesões”, disse o zagueiro.
Gamarra não atua desde o dia 8 de novembro, quando saiu na metade do primeiro tempo na partida contra o River Plate. Ele chegou ao Flamengo em agosto de 2000, com uma lesão sofrida na Seleção Paraguaia, o que atrasou sua estréia. Depois, foram mais duas lesões, a última na semana passada, durante um treino físico. Ao todo, foram oito jogos com a camisa rubro-negra.
“A saudade de jogar era enorme. Vou voltar logo numa fase difícil do Corinthians. Mas eles, assim como o Flamengo, estão no início de uma temporada e precisam ser respeitados”, diz o zagueiro, que elogia o novo sistema defensivo do Flamengo.
“A defesa está mais protegida em relação ao ano passado. O Zagallo está usando praticamente três cabeças-de-área e fica mais seguro para jogar”, lembrou Gamarra.
Sentimental, o paraguaio confessa que, apesar de o jogo ser decisivo para as pretensões do Flamengo no Rio-São Paulo, vai jogar com o coração dividido. Há pouco mais de dois anos, Gamarra era o símbolo da raça corintiana e não esconde a grande identificação com o time do Parque São Jorge. Ele pode até ganhar a mesma homenagem que Casagrande recebeu no Pacaembu, quando jogava pelo Flamengo e teve seu nome gritado pela Fiel.
“Meu coração é grande. Tem lugar para todo mundo. Não sei qual será a reação da torcida, é difícil prever. Tive dois anos maravilhosos no Corinthians. As lembranças são as melhores possíveis”, brincou.