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Ex-pivô da seleção brasileira de futsal sofre com desemprego
Quarta-feira, 24 Janeiro de 2001, 10h15

Porto Alegre - Depois de superar uma grave lesão na coluna, que quase pôs fim a sua carreira em 1996, o pivô Ortiz encara agora mais um momento de apreensão.

Aos 35 anos, um dos mais vitoriosos jogadores do futsal brasileiro em todos os tempos, está desempregado desde que o Inter confirmou o fechamento da sua equipe de futsal.

Ortiz chegou ao Inter há cinco anos, depois de acumular títulos com a seleção brasileira e diversas equipes do país e do Exterior. A identificação com a equipe foi imediata. Participou das mais importantes conquistas do time – a Liga Nacional de 1996, o Mundial de 1997, a Taça Brasil de 1999 e o Sul-Americano de 2000, além dos estaduais de 1998 e 2000 – e formou com o clube uma parceria em escolinhas de futsal que ajudou a formar diversos novos craques. Ortiz pretendia se despedir das quadras em dois anos ainda vestindo a camiseta do Inter.

"O que eu vou dizer para a gurizada que vinha para a escolinha sonhando em um dia jogar no Inter?" indaga Ortiz. "Olha, tu és bom, mas vais ter que procurar outro time depois", responde desconsolado.

O jogador lamenta que o trabalho junto às categorias de base seja interrompido no momento em que começavam a aparecer os resultados. No Estadual 2000, o Inter foi campeão também nas categorias juvenil e infantil e vice na infanto-juvenil e na mirim. Dos 16 jogadores que conquistaram a Série Ouro, cinco vieram dos juvenis.

As 10 escolinhas Inter/Ortiz, cinco na Capital e cinco no Interior, reúnem cerca de 600 jovens, dos seis aos 16 anos. O contrato de parceira com o Inter para a manutenção das escolinhas tem ainda mais dois anos de continuidade.

Quanto ao seu futuro, Ortiz espera por dificuldades em se transferir para outro clube do Estado. "Ainda não fui procurado por ninguém. Talvez este forte vínculo que estabeleci com o Inter atrapalhe. Estou aberto a propostas, apenas não gostaria de ter que sair do Estado para continuar jogando", afirma, lembrando que cursa o sexto semestre de Educação Física na Ulbra e tem dois filhos pequenos, com 10 e cinco anos. "Espero resolver isso logo, pois com a minha idade, se eu ficar parado por muito tempo, vai ser difícil voltar."

Agência RBS


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