Rio - Logo na sua chegada ao Grêmio, em dezembro, o técnico Tite foi apresentado à política de contenção implantada pelo clube. Já na primeira conversa com os dirigentes, o treinador campeão gaúcho foi aconselhado a observar de perto os juniores, que em pouco tempo começariam a disputar a Taça São Paulo.
Tite cumpriu à risca a orientação. Tanto que até assistiu ao primeiro jogo, em Sorocaba, contra a Caldense. Voltou de lá convencido de que boa parte das soluções dos problemas da equipe poderá vir dos pés dos garotos. Sorte de Bolívar, Gabriel, Guilherme e Cláudio, os primeiros frutos dessa nova investida do Grêmio em suas categorias de base.
A primeira providência de Tite foi integrá-los à delegação que viajou a Curitiba para a primeira partida da Copa Sul-Minas. Encerrada a participação do Grêmio na Taça São Paulo, Bolívar, Gabriel, Guilherme e Cláudio passaram a trabalhar diariamente com os profissionais.
Entre todos, Bolívar é o menos experiente. Os outros três já foram escalados para jogos do time principal algumas vezes. Na final do último Gauchão, Antônio Lopes supreendeu ao lançar Cláudio desde o começo da partida.
"Não tenho preconceitos em relação a idade", garante Tite. "Se o jogador tiver 18 anos e eu perceber que possui boa estrutura, irei aproveitá-lo sem receio."
Ainda não são jogadores prontos, observa Cléber Xavier, ex-técnico dos juniores, hoje assistente de Tite. O quarto-zagueiro Gabriel, dono de um excelente cabeceio, começa a aprimorar o posicionamento. O lateral-direito Bolívar carece de maior velocidade, mas é eficiente na marcação. As maiores virtudes de Cláudio, segundo Xavier, são o arranque e a coragem para partir para cima dos zagueiros. Guilherme é goleador nato. Só na Taça São Paulo, foram seis gols.