Rio - O doping do zagueiro do Vasco Júnior Baiano por Benzoilegonina, substância exclusiva da cocaína, causou perplexidade entre técnicos e dirigentes de futebol. Leia a opinião de treinadores que já trabalharam com o jogador e do assessor de imprensa do Clube dos 13, Eduardo Negrão.
Carlinhos (ex-técnico do Flamengo) - "Eu o lancei no futebol profissional em 1991. Posso dizer que estou surpreso com a notícia. É uma excelente pessoa. Um primor de conduta em tudo, e é muito cuidadoso. Sem dúvida nenhuma uma das pessoas mais simpáticas que já conheci no futebol. Tomara que tenha sido uma dessas bobeiras que a idade permite, e que não haja nada que envolva o vício. Prefiro acreditar que Júnior Baiano não tem nenhuma ligação com o fato. Que não passe de um engano. Trabalhei com ele nas categorias de base e no profissional. Posso garantir que nunca houve atitude que o desabonasse como pessoa".
Zagallo - "É difícil afirmar alguma coisa, pois não sou médico. Apenas lamento o que aconteceu com ele, por conhecê-lo bem. É só o que posso dizer".
Antônio Lopes (coordenador-técnico da Seleção Brasileira) - "Não gostaria de falar muito sobre o assunto. Posso afirmar que só tenho a lamentar, pois não é uma boa notícia para o futebol brasileiro e muito menos para o atleta, que deve ser suspenso. Quando trabalhamos juntos, no Vasco, foi sempre educado, bom para o grupo e que passava boas mensagens para os mais jovens. Se dedicava aos treinamentos e parecia ser excelente filho e pai".
Eduardo Negrão (assessor de imprensa do Clube dos 13) - "O Clube dos 13 lamenta o que aconteceu com o jogador, mas posso dizer que está descartada desde já qualquer decisão ou atitude administrativa em termos de anulação da partida. Acataremos a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva a respeito do acontecido com o jogador do Vasco da Gama".
Émerson Leão (técnico da Seleção Brasileira) - "Eu vejo isto como um problema social. Infelizmente pessoas ligadas ao meio esportivo estão vulneráveis e podem acabar se envolvendo com este tipo de coisa. Certamente ele não usou a cocaína como estímulo para jogar, mas sim com outra intenção. O Júnior Baiano já vestiu várias vezes a camisa da Seleção, e poderia perfeitamente voltar. Agora ele precisa se cuidar e dar continuidade ao seu trabalho, pois ainda é muito jovem para destruir a sua carreira. O uso da cocaína prejudica qualquer ser humano, em qualquer atividade".