Rio de Janeiro - O presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do
Estado do Rio de Janeiro (Saferj), Alfredo Sampaio, afirmou que vai colocar
o Departamento Jurídico da entidade à disposição de Júnior Baiano, cujo
exame antidoping realizado após a final da Copa João Havelange, entre Vasco
e São Caetano, no último dia 18, acusou a presença de Benzoilegonina,
substância que só aparece no organismo quando há consumo de cocaína. Segundo
Sampaio, o vice-presidente do Sindicato, Jorge Iório, o Badu, vai entrar em
contato com o jogador para oferecer o suporte.
“Lamento muito que as drogas tenham se tornado uma realidade no futebol”,
declarou Sampaio, que anunciou ainda que vai propor à CBF uma campanha de
conscientização junto aos atletas.
“Acredito que existam dois tipos de usuários de drogas: os que as consomem
eventualmente, influenciados pela situação, e aqueles que são dependentes.”
Para o ex-jogador Reinaldo, hoje presidente do BH Futebol e Cultura, equipe
amadora que disputa a terceira divisão mineira, o zagueiro do Vasco não se
encaixa neste segundo grupo.
“Se ele realmente usou, foi muito infantil. Um atleta tem de tomar cuidado
com sua vida social e ter consciência dos comportamentos que são compatíveis
com o esporte”, acredita, completando que uma solução para o problema seria
os clubes oferecerem acompanhamento especializado a seus jogadores.
Atualmente comandando o Madureira, o agora técnico Renato Gaúcho vai mais
longe. Segundo ele, a única saída seria o fim do tráfico. “Senão, a tendência é só aumentar”, opinou.
Quanto ao caso de Júnior Baiano, Renato defende que o jogador arque com as
conseqüências de seu ato se for considerado culpado. “Do contrário, ele pode servir como mau exemplo.”