Rio - A velocidade e a malandragem que o colombiano Asprilla utiliza para driblar os adversários e fazer os gols são usadas para proteger seus companheiros e pressionar os árbitros. Asprilla é avesso a qualquer tipo de violência, mas também é daqueles que não levam desaforo para casa.
Foi assim que conseguiu expulsões de adversários nos jogos contra São Paulo e Santos e ajudou o Fluminense a ser o primeiro time a garantir classificação às semifinais do Torneio Rio-São Paulo.
“O Fluminense se preocupa apenas em jogar futebol. Os jogadores não costumam fazer pressão no árbitro. Contra o São Paulo, o Fernando Diniz tomou um cartão amarelo porque houve pressão do outro lado. Então, passo a exercer essa função também. Mas sem criar confusão”, garantiu Asprilla.
A tática do colombiano é simples. Depois de uma falta desleal de um adversário, ele corre na direção do autor da falta, ao mesmo tempo em que cobra uma punição ao árbitro. O resultado tem sido expulsões de adversários e cabelos brancos nos companheiros. “Rapaz, ele faz isso todo jogo! O problema é que ele é extremamente contra a violência. Quando vê uma entrada dura sobre alguém do nosso time ele fica muito nervoso, vira bicho mesmo. Fico atento e corro para tirá-lo do bolo”, afirmou o cabeça-de-área Fabinho, que, no entanto, não teme que Asprilla agrida adversários.
“Não tenho medo de que ele agrida alguém, só temo que tome cartão. É um jogador experiente que sabe que, batendo em alguém, pode prejudicar o time”, completou.
Outro que se assustou de início com a postura de Asprilla foi Marcão. Mas hoje o cabeça-de-área até incentiva este comportamento. “Já conversei com ele sobre isso. Se não houver pressão, o lance acaba passando despercebido. Sei como ele é e nem corro para separar. O que ele quer é que o adversário seja punido com um cartão. Tanto é que ele recua quando sente que a coisa vai ficar ruim”, explicou.
Há jogadores que explicam a postura adotada por Asprilla. “É uma atitude típica de jogador sul-americano, especificamente de países como a Argentina e a Colômbia. Atletas desses países sempre partem para cima do juiz. É o jeito dele e o importante é que Asprilla se impõe e faz com que os adversários e o próprio juiz o respeitem”, disse o goleiro Murilo.