Campinas - A Ponte Preta não vence um dérbi desde 1987. Neste período, disputou 11 jogos, amargando seis empates e cinco derrotas. E, na maioria das vezes, se preparou para o clássico campineiro com times sofríveis. Algo que não acontece desta vez.
Neste domingo, no Brinco de Ouro, mesmo palco da última vitória ponte-pretana no clássico, a Macaca entra em campo com um favoritismo com o qual seus torcedores já não estavam acostumados. Favoritismo atribuído até mesmo pelos bugrinos mais ilustres.
“Do jeito que as coisas estão, a Ponte vai atropelar no domingo”, disse o ex-meia Zenon, um dos heróis do Bugre na conquista do Brasileiro de 1978.
Uma declaração que não foi bem aceita pelos jogadores do Guarani e reacendeu a velha polêmica. Existe favorito no dérbi? O equilíbrio nos números, a história dos duelos (veja quadro nesta página) e a experiência de quem já disputou o clássico dão a resposta. “Não. É um jogo totalmente atípico. A posição na tabela não vale nada”, disse o capitão bugrino, Marcelo Souza, que se prepara para disputar seu quarto dérbi e tenta passar a receita do sucesso aos garotos.
“Os mais novos têm que saber que é um jogo importante, que mexe com a cidade, mas não podem perder a calma. Eles têm que estar tranqüilos para fazerem o que sabem”, diz Souza, com a autoridade de quem jamais perdeu o clássico.
A mesma autoridade que tem o técnico ponte-pretano, Nelsinho Baptista, que até gol da vitória em dérbi já marcou em seus tempos de lateral-direito da Macaca. “O resultado do jogo será definido nos 90 minutos. Não adianta dizer que um time é melhor ou pior. Não é só a técnica que decide o dérbi. Ganha o time que estiver mais inspirado”, afirma Nelsinho.
Inspiração que o bugrino Carlos Alberto Silva sabe onde seus jogadores poderão encontrar para superar o favoritismo da Macaca. “Se eles são os favoritos, nosso fator de equilíbrio será o campo e o apoio de nossa torcida, que já deu provas de sua força no último dérbi e nos levou à virada”, acredita, confiante, o treinador do Guarani.