São Paulo - A líder Portuguesa de Renê Simões prima pelo estudo científico. Neste Campeonato Paulista, a comissão técnica lusa incorporou o método estatístico ao trabalho diário de preparação dos atletas.
Após fechar parceria com o Datafolha, um dos três maiores institutos de pesquisas do país, Renê Simões passou a usar os dados colhidos durante os jogos para monitorar o desempenho do time e dos rivais.
”A idéia é sempre mapear a Portuguesa e o nosso próximo adversário”, diz o preparador físico Carlinhos Neves, idealizador da parceria.
Nas vésperas das partidas, a comissão técnica da Portuguesa reproduz para os jogadores, por meio de slide, um quadro com a movimentação e a estatística (passes, chutes, desarmes etc) dos atletas lusos.
”Já joguei em cinco clubes e tive uns 15 treinadores, mas nunca tinha visto isso. Cada jogador é uma bolinha, de cor diferente, no quadro, que mostra como você correu no jogo, mostra tudo. Esse scout ajuda você a se conscientizar de onde está falhando”, explica Cléber.
”A gente está sendo monitorado igual robô”, brinca o atacante.
O "futebol de robôs" da Portuguesa vem dando suporte para as decisões do técnico Renê Simões. Hoje, contra o União Barbarense, um dos fatores que ajudou na escalação de Marquinhos no meio-de-campo foi o desempenho do jogador no clássico contra o Palmeiras, semana passada, quando entrou no segundo tempo. Segundo Renê, Marquinhos "melhorou a qualidade do passe" da Portuguesa.
”Nosso trabalho está sendo muito científico. Até o tempo dos meus treinos é monitorado”, afirma Renê, que pediu ao Datafolha um mapeamento por setor do campo.
”Eles detalham tudo. Agora não tem como dar migué”, diz Cléber.