Matão - Em seis jogos na temporada 2001, o Palmeiras jamais poderia imaginar que descobriria um artilheiro. Ainda mais se tratando de um jogador do meio campo, com características de marcação.
Mas apesar de jogar no meio campo como volante, Flávio já é o responsável pela metade dos gols da sua equipe no Campeonato Paulista e também no Rio-SP. De quebra o canhão terminou a rodada do final de semana como artilheiro do Paulistão com quatro gols ao lado de Washington, da Ponte Preta.
“Sempre treinei chutes de média distância e, de vez em quando, fazia meus golzinhos, mas nunca três de uma só vez”, lembra o jogador, responsável pela virada do Palmeiras para cima da Matonense no último sábado, com três golaços.
Ao todo, Flávio já fez cinco gols pelo Verdão. O primeiro foi contra o Fluminense pelo Rio-SP, o segundo de pênalti no clássico com a Lusa e os três, sábado, em Matão. O mais bonito, na opinião do jogador, foi também o mais importante da carreira.
“O terceiro gol no final do jogo contra a Matonense foi bonito e importante, pois nos deu a vitória e uma tranqüilidade maior”, diz.
Mas um que não sai da memória do volante-artilheiro foi marcado exatamente contra o Palmeiras, quando Flávio ainda era jogador do União São João, de Araras. “O Sérgio reclama até hoje pois neste gol de falta a bola pegou força e antes de entrar ele tocou nela e acabou quebrando a mão”.
Os chutes potentes e precisos podem dar a Flávio a condição de batedor de faltas da equipe, principalmente depois que o Verdão perdeu Arce e Neném. “Com o Arce e o Neném ficava difícil, mas agora se precisar eu to aí”.
Além de treinar, Flávio com certeza será alvo das brincadeiras dos companheiros, iniciadas ainda no vestiário em Matão. “Ele fez mais gols hoje (sábado) do que em toda carreira. Vai ser difícil agüentar o homem durante a semana”, brincou o meia Alex.
A resposta de Flávio foi imediata. “Nos treinos eu costumo dizer que vou marcar, mas nunca apostei. Acho que daqui para frente vou começar a apostar”, sorriu.
Em meio à badalação, Flávio não se esqueceu de homenagear um dos técnicos que ele considera responsável pela seu bom momento no Verdão. “O Brida sempre me ajudou e em incentivou quando eu cheguei no Juventus. Por isso ele sempre vai ser lembrado”, disse o volante, recordando a sua breve passagem pela Rua Javari, em 1998.
“Não quiseram ele lá pois tinha um problema de transferência da Catanduvense e acharam melhor liberá-lo”, recorda o técnico, sem clube no momento, que acabou presenteado com a camisa do pupilo.
“Antes do jogo ele me pediu a camisa. Tomara que ele assista a todos os meus jogos e me traga esta sorte”, fala Flávio.