Rio - Com a experiência evidente nos fios de cabelo brancos, Jorginho profetizou, depois de alguns treinamentos do Fluminense neste ano, que um dia voltaria a ser titular da equipe. E sua atuação na partida do último domingo, contra o Cabofriense, pode ter sido o passo que faltava para que suas previsões se tornem realidade.
Contratado em abril, Jorginho tornou-se um dos homens de confiança de Valdyr Espinosa no ano passado. No entanto, no início de 2001, foi sacado da equipe, ficando na reserva nas quatro primeiras partidas. Até que, beneficiado pelas lesões de Fernando Diniz e Fabinho, o apoiador iniciou as partidas contra Santos e Cabofriense, sendo um dos destaques da segunda. Apesar do forte calor em Édson Passos, o jogador, de 35 anos, mostrou fôlego de garoto, iniciando as duas jogadas dos gols de Asprilla.
“Acharam que o velhinho estava morto e acabei surpreendendo. O adversário não acreditou em mim e consegui os espaços para avançar e fazer boas jogadas”, disse Jorginho.
Apesar da boa atuação, o apoiador garante que não irá se acomodar. Ele promete lutar muito para permanecer na equipe, aproveitando, inclusive, para comentar sobre a função que desempenhou na partida de domingo. “Prefiro jogar mais avançado, como armador, mas posso continuar atuando no lugar de Fabinho sem problema algum. Estou no clube para ajudar e, se me emprestarem um banquinho, jogo até no gol”, brincou Jorginho.
“Sempre disse que voltaria a jogar, mesmo sem saber o dia e a posição. No entanto, não posso me sentir titular, pois o próprio Valdyr Espinosa diz que ninguém tem vaga garantida”.
Cumprida a promessa de volta aos titulares, Jorginho emenda com outra: a de que ainda jogará por mais dois anos. “A não ser que aconteça algo inesperado, quero jogar até o fim de 2002. Me sinto bem e só vou parar se perceber não estar mais acompanhando o ritmo dos demais. Depois, se não houver mais jeito, vou tentar a vida como treinador”, comentou, agradecendo aos céus pela vitalidade demonstrada sob o forte calor de domingo, em Édson Passos.
“Primeiramente agradeço à Deus pelo dom. Em segundo, aos companheiros, pelo apoio. E destaco o trabalho que vem sendo feito pelo Lancetta (Carlos, preparador físico do Fluminense) e o anterior de Inarra (Luís, preparador do ano passado). São grandes profissionais”, disse.