São Paulo - Sol na cabeça, calor escaldante, desidratação, perda de potássio, interferência na coordenação motora e até desmaio. Tudo isto parece um cenário típico de uma caminhada no deserto, mas na verdade vem sendo as privações as quais os atletas que estão disputando o Campeonato Paulista, jogando às 16h, em pleno horário de verão, vêm se submetendo neste ano.
A rigor, as equipes estão entrando em campo sob o sol das 15h, em temperaturas próximas aos 35 graus, e em algumas cidades como Matão e Ribeirão Preto, enfrentando temperaturas de até 37 graus.
A reclamação por parte de técnicos e jogadores é geral.
”Vem sendo difícil suportar pois a gente começa a aquecer no gramado antes mesmo das três horas e joga com temperaturas que não ficam abaixo dos 35 graus”, disse o zagueiro Rogério, do Botafogo de Ribeirão Preto, onde a temperatura media no verão é de 37° C.
Por causa deste calor o meia Marquinhos do União Barbarense acabou desmaiando em campo aos 10 minutos do segundo tempo no jogo contra a Portuguesa, domingo, em Santa Bárbara D’Oeste.
Para ele, alguma coisa deveria ser feita em beneficio dos atletas e até dos torcedores.
”Aconteceu comigo e pode acontecer com outros colegas”, disse Marquinhos.
Depois deste incidente com Marquinhos, a diretoria do União Barbarense promete fazer um apelo à FPF para que esta marque os jogos da equipe um pouco mais tarde.
”É desumano fazer o jogador correr neste horário, vamos ver se é possível mudar isto enquanto dura o horário de verão pelo menos”, disse o presidente do União, Roberto Mantovani.
A reportagem entrou em contato com a Federação Paulista de Futebol para saber se haverá alguma mudança em relação aos horários do Campeonato Paulista, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.