São Paulo - No futebol, como em qualquer profissão, há jogadores que precisam de um estímulo exterior para produzir aquilo que pode.
França é um típico caso desses. Tudo aquilo que acontece ao seu redor é uma espécie de termômetro para ele. No último jogo, contra o Flamengo, por exemplo, o atacante entrou em campo com um incentivo extra: a repercussão em cima da boa atuação dos moleques Renatinho, Harison, Cacá e Oliveira na goleada sobre o Santos por 4 a 2.
“Falaram que aquele time deveria continuar, que em time que está ganhando não se mexe... Fiquei um pouco chateado. Pensei: "Ninguém lembra mais de mim", disse, um dia depois dos dois gols contra o Fla.
Na tarde de quinta-feira, no CCT, seu estado de espírito era outro. Ele voltou a ser o centro das atenções. Agora, empolgado pelos gols, diz que vai render ainda mais. Um tanto quanto contraditório, mas verídico. “Eu preciso ser cobrado para jogar bem. Mas, ao mesmo tempo, rendo melhor quando venho de um jogo em que fiz gols”.
Com quatro gols marcados nesta temporada, França voltou a ser o artilheiro da equipe na temporada. Algo comum desde o primeiro semestre de 1998, quando relegou Dodô para o banco de reservas e foi o maior goleador do Paulistão. “Quando a fase é boa, tudo é diferente. Cumprimentam você na rua, dão os parabéns. Você até fica orgulhoso”, costuma dizer.
Quando a maré não é favorável, no entanto... França não dá entrevistas, foge do contato com a torcida e admite até que costuma ficar "trancado em casa" para evitar o público. “Ele precisa ser tratado com carinho. Precisa de atenção para jogar o futebol que sabe”, afirmou o presidente do clube, Paulo Amaral, em dezembro, quando a torcida começava a pedir a saída do craque.