São Paulo - Ainda no vestiário do Pacaembu, na quinta-feira, o técnico Wanderley Luxemburgo deu uma orientação bem clara aos jogadores, pouco antes deles subirem para a partida com o Fluminense. “Quero muito espírito de luta e nenhum jogador expulso”.
Só que dois minutos depois do início do jogo, Marcelinho esqueceu da determinação. Num lance infantil, tentou dar uma cabeçada no adversário e levou cartão vermelho. Mas o que leva uma pessoa, que recebeu uma ordem há poucos instantes, desobedecê-la completamente como fez Marcelinho? Indisciplina, imaturidade ou problema psicológico? O próprio Pé-de-Anjo prefere optar pela terceira alternativa e confessa que já está cuidando do tal problema.
“Estou trabalhando a parte psicológica para não cometer erros como a expulsão contra o Fluminense. Preciso saber controlar o meu temperamento”, fala o jogador.
Marcelinho não revela a que tipo de ajuda está recorrendo, mas ontem mesmo já foi procurar auxílio com um especialista. “Hoje (sexta-feira) pela manhã já fui a um lugar para cuidar disso, mas não quero falar onde e o que é”.
A expulsão mexeu mesmo com a cabeça de Marcelinho. Na quinta-feira, após a eliminação do Torneio Rio-São Paulo, o meia nem conseguiu dormir. Teve dores de cabeça e passou mal a noite toda, sem conseguir pregar os olhos. “Não consegui nem dormir e até vomitei de tão mal que estava”.
Para surpresa de todos e do próprio Marcelinho, o técnico Wanderley Luxemburgo, que já teve vários problemas com o atleta, não deu nenhum puxão de orelhas no Pé-de-Anjo. “A reação dele me surpreendeu”.
Sexta-feira, assim que chegou ao clube, o jogador foi direto para a sala do treinador, já esperando ouvir bronca. Mas não foi nada disso que ocorreu. Só uma conversa e a determinação de uma punição, que não chegou a ser divulgada pela comissão técnica. “Cada erro tem sua punição”, fala Marcelinho, que deverá receber uma multa em seu salário, mas tem presença confirmada no clássico de amanhã com o Palmeiras.
Aliás, o jogo tem tudo para ser nervoso, já que os dois times estão em má fase. E Marcelinho sabe o que pode definir o clássico. “O aspecto psicológico!”
O torcedor corintiano, claro, torce para Marcelinho estar bem da cuca.