Rio - O atual time do Fluminense, com suas boas atuações e vitórias convincentes, resgatou a identidade que o torcedor havia perdido nos magros tempos da Terceira Divisão. Mas por ironia do destino, nenhum dos onze titulares de Valdyr Espinosa surgiu das divisões de base do clube das Laranjeiras. O treinador tem na ponta da língua a razão para este fato.
”Essa ausência de jogadores é reflexo da falta de um trabalho mais organizado na base. Só de uns dois anos para cá que o Fluminense voltou sua atenção para a produção de novos jogadores. E a geração de craques leva tempo”, analisou.
Apesar desta falta de atenção, Espinosa conseguiu aproveitar alguns jovens valores em alguns jogos no ano passado. O técnico, inclusive, faz questão de citar a lista.
”Mesmo com as dificuldades, aproveitamos o zagueiro Tinoco, o cabeça-de-área Leandro, o apoiador Didé e os atacantes Mariel e Júlio César. Isso é importante, pois algum fruto já começou a surgir”, afirmou.
O sucesso do Fluminense sem os prata-da-casa acaba com a teoria de que a fórmula ideal para se formar um time é a de unir jogadores contratados e formados pelo clube. Segundo o próprio Espinosa, é impossível se chegar a uma fórmula.
”Não adianta estipular qualquer tipo de fórmula. O importante é ter os jogadores na mão. O Flamengo, de Zico, o Grêmio, de Renato, o São Paulo, de Müller e Sydney, tiveram a sorte de reunir uma geração excelente de jogadores pratas-da-casa e, por isso, marcaram época, o que não acontece toda hora. Se eu não tiver jogadores assim, não adianta lançá-los”, afirmou.
Se no Flamengo e no Vasco, a questão é capaz de criar problemas de relacionamento entre os jogadores feitos em casa e os vindos de outros clubes, no Fluminense isso é minimizado. Para o atacante Marco Brito, cria do clube que não tem ficado nem no banco, o importante é a vitória do Fluminense.
”Não vejo qualquer tipo de problema no time ser formado por jogadores contratados. Eles se adaptaram bem ao espírito da equipe e estão conseguindo as vitórias. Isso é o mais importante”, afirmou.
”A torcida do Fluminense quer vitórias, especialmente depois dos rebaixamentos. Para ela não importa se o time é feito em casa ou não”, completou o lateral-direito Flávio.