São Paulo - A discussão sobre um novo sistema de transferências de jogadores na Europa dura dois anos e meio. A União Européia declarou que o atual sistema, baseado na compra e venda dos atletas atrás de contratos longos, precisa de mudanças, ou passará a ser considerado ilegal.
Segundo a organização, as atuais transferências infringem a regulamentação da UE ao não dar aos atletas a mesma liberdade de movimento de outros trabalhadores.
Várias reuniões foram realizadas entre a Federação Internacional de Futebol (Fifa), a Associação Européia de Futebol (Uefa) e a Comissão Européia, mas até agora não houve acordo.
O secretário-geral da Uefa, Gerhard Aigner, disse no final de janeiro que a dificuldade mais notável nas conversas é a duração dos contratos fixos dos jogadores.
``O tema principal é, naturalmente, a estabilidade dos contratos, e é nisso que estamos trabalhando'', explicou.
Representantes da UE têm afirmado que não podem aceitar que se negue liberdade de movimento aos jogadores por um período tão longo como três anos e sugerem uma solução sem prazo de tempo determinado. Para proteger os clubes, propõem a instalação de cláusulas com multas caso o jogador queira romper o contrato.
A Fifa chegou a enviar uma carta à UE com algumas propostas, incluindo a de que o jogador poderia deixar o clube antes do fim do contrato se avisasse com antecedência, mas a entidade retirou as propostas por objeção da Uefa, que não havia sido consultada.
A entidade que controla o futebol mundial e a Uefa, então, resolveram unir as forças e fizeram um proposta conjunta esta semana para que se permita apenas uma transferência anual por jogador. A decisão em conjunto foi tomada quando se aproxima o prazo final para apresentar à Comissão Européia um novo sistema de transferência. As reuniões decisivas acontecerão em 14 e 15 de fevereiro em Bruxelas, na Bélgica.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o presidente da Uefa, Lennart Johansson, disseram que suas federações, a organização dos jogadores e os representantes dos clubes e ligas estarão em uma frente única nas reuniões.
``Nossas declarações têm o respaldo de todo o futebol e não estamos dispostos a ceder'', afirmou Blatter.
``Pela primeira vez, principalmente porque finalmente estamos unidos, esperamos que estas discussões, este trabalho que já dura dois anos e meio, tenha chegado ao fim'', disse Johansson.