Rio - O ministro dos Esportes, Carlos Melles, e
Pelé se reuniram nesta segunda-feira para começar a discutir a formação de
uma comissão para discutir a reorganização do futebol brasileiro. O
presidente da CBF, Ricardo Teixeira, também faz parte deste grupo. Os demais
nomes desta comissão deverão ser anunciados até a próxima semana. O grupo
vai discutir todos os importantes assuntos ligados ao futebol brasileiro.
Mas nenhum deve ser mais polêmico do que a Lei do Passe, que deverá começar
a vigorar no dia 26 de março. Melles disse que a comissão pode até sugerir o
adiamento da entrada em vigor da lei, mas não vê isso como uma solução para
o problema. Mesmo assim, o ministro garantiu que algumas alterações ainda
poderão ser feitas nesta lei se houver uma unanimidade nas discussões. O
objetivo é preparar os clubes para a nova realidade.
“Vamos fazer uma grande discussão sobre este assunto, com o
Ministério, o Pelé, a CBF, o Clube dos 13 e todos os interessados. Mas se
existir alguma alteração que todas as partes achem necessária ser feita, com
vontade política ela poderá ser realizada”, afirmou Melles.
Sobre alterações na Lei do Passe, o que os dois deram a entender
após a reunião é que pode ser criado um mecanismo para proteger o clube em
relação ao primeiro contrato do jogador. Mas Pelé deixou claro que não
pretende deixar que muitas alterações sejam feitas para prejudicar os
atletas.
“Esse mecanismo de proteger o clube no primeiro contrato pode até
ser discutido, mas já existiram medidas provisórias que modificaram a lei e
causaram prejuízo para o futebol”, afirmou Pelé, rebatendo a idéia de que os
clubes vão parar de investir nas categorias de base por causa da Lei do
Passe.
Pelé também aproveitou a ocasião para dizer que a sua reaproximação
de Ricardo Teixeira não faz com que ele seja contra as CPIs que foram
instaladas na Câmara e no Senado, para investigarem supostas irregularidades
no futebol brasileiro.
“Houve essa reaproximação com o presidente da CBF para ajudar o
futebol brasileiro, mas acho que a CPI deve continuar e se existem
irregularidades, que se punam os culpados”, afirmou Pelé.
Em entrevista a Rádio CBN, de São Paulo, Carlos Melles manifestou
ser favorável a mudança da sede da CBF para Brasília.