São Paulo - Assistir a treinos do Corinthians no Parque São Jorge hoje em dia é programa para apenas sete mil torcedores. Esse é o número estimado de sócios ativos do clube, único grupo cuja entrada é liberada pelos dirigentes corintianos.
Por norma interna, o Timão restringiu aos associados a livre circulação no clube. Mais: quem não for sócio, tem de pagar R$ 10 se quiser ver Marcelinho, Luizão, Ricardinho e cia. do alambrado. “Com esse dinheiro, compro dois ingressos de arquibancada. É um absurdo cobrar essa taxa da gente”, reclama o vendedor desempregado André de Godoy, 24 anos, que caçava autógrafos ontem do lado de fora do portão principal do clube.
Ao lado de André, mais de uma dúzia de torcedores e tietes corriam, caneta ou máquina fotográfica à mão, de um lado para o outro no estacionamento do Parque São Jorge atrás de uma foto, um autógrafo, um beijo...
“Sempre vim aqui duas ou três vezes por semana e agora estou tendo de ficar esperando os jogadores saírem de carro para conversar com eles”, chia a feirante Valquíria Dionísio Jesus, uma senhora de 58 anos que passou a maior parte do treino de terça-feira sentada no meio-fio, conversando com os demais excluídos.
Segundo os dirigentes corintianos, a medida restritiva foi tomada com o objetivo de diminuir o prejuízo financeiro na área social. “Sei que muitos podem estar reclamando porque antes assistiam ao treino de graça, mas agora o torcedor comum pode usufruir do clube e ver o treino pagando uma pequena taxa”, explica o vice-presidente de futebol do Timão, Antonio Roque Citadini.
“O clube adotou esse controle para equilibrar as finanças da área social, que não se paga. O futebol vive cobrindo o buraco do caixa da área social”, revela Citadini.
Segundo o diretor social do Corinthians, Antonio Rachid, são aproximadamente sete mil sócios ativos atualmente, número que representa 0,04% da torcida corintiana, estimada em 16 milhões de pessoas segundo dados da pesquisa LANCE!/Ibope de 1998. Por mês, o sócio titular paga R$ 35.