Porto Alegre - O advogado de Ronaldingo, Sérgio Neves, lamentou que a juíza Antônia Mara Vieira Loguércio tenha concedido a liminar em favor do Grêmio sem ouvir os representantes legais do jogador. “Liminares só são concedidas em espaço de tempo tão curto quando há dano iminente para uma das partes, o que não é o caso. A parte contrária não foi ouvida. Está tudo muito esquisito.”
Neves está preocupado com o fato de o prazo de cinco dias para contestação começar a correr nesta quarta e ele só ter tido conhecimento da medida pela imprensa. O advogado disse ter informações sobre uma entrevista concedida pela juíza em emissora de rádio e estranhou o fato de uma ação que corria sob segredo de Justiça ter sido tornada pública dessa forma. Apesar de tudo, não vê sentido na liminar. “Como pirotecnia, a medida é interessante. Mas não apavora ninguém.”
Conforme o advogado, nunca houve qualquer expectativa de que a CBF concedesse o atestado liberatório a Ronaldinho. A condição de jogo no PSG será buscada através de uma medida provisória junto à Fifa. “A CBF também não liberou o atestado de Athirson, mas ele está livre para jogar.”
Ainda sem conhecer o teor da decisão da juíza, Neves antecipa que sua estratégia não mudará. “Houve apenas a troca das peças do tabuleiro .” A juíza Antônia Mara explicou que os representantes de Ronaldinho não foram ouvidos justamente por se tratar de uma liminar, instrumento que não prevê que isso ocorra. Disse também que a ação não correu sob segredo de Justiça. Ronaldinho não está impedido de atuar, mas só pode fazê-lo sob multa de R$ 84 milhões.