São Paulo - Aos 18 anos, Marquinhos está prestes a estrear como titular no time principal do Corinthians. Normais a um principiante, o nervosismo e a ansiedade não são as maiores preocupações do zagueiro que deve ser escalado no próximo domingo, contra a Matonense. O que mais atormenta Marquinhos é justamente uma de suas características marcantes: a estatura.
Com 1,94m, e ainda em fase de crescimento, o perfil de pivô da NBA não agrada ao jovem zagueiro corintiano, que até já consultou um médico para saber se estava desenvolvendo algum tipo de anormalidade. “O meu pai tem uma estatura normal e a minha mãe é baixinha. Quando o pessoal vê a gente junto, até brinca dizendo que não sou filho dela”, conta Marquinhos, mais tranqüilo após o parecer médico.
“Na escola, nunca fui o último da fila. Cresci desse jeito só de uns dois anos para cá e fui ao médico para saber se eu ficaria mais alto ainda. Mas ele disse para eu ficar tranqüilo que, se crescer, vai ser mais um centímetro só”, revela.
Problema comum aos jogadores de basquete ou vôlei, o gigante da zaga corintiana dorme com o pé para fora da cama nas concentrações. Mas o que tira mesmo o sono do jogador é a hipótese do porte físico tornar-se um entrave profissional. “Se crescer muito, atrapalha”.
O técnico Wanderley Luxemburgo, que não se lembra de trabalhar com um atleta tão alto, concorda. “O Marquinhos tem de continuar fininho. Se ele ficar com 1,97m, engordar e virar um armário, não vai conseguir pegar ninguém por baixo”, avalia o treinador.
“Sempre trabalho bastante bola rasteira e agilidade. Se eu engordar, vai ficar ruim para correr. Prefiro ficar magrinho”, diz Marquinhos.