Rio – O empresário Jimmy Duarte prestou depoimento nesta quinta-feira na CPI da Câmara, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, e admitiu ter ajudado o ex-atacante Careca a conseguir dois passaportes para jogadores brasileiros que estavam atuando no futebol italiano. As informações foram divulgadas pela Agência Câmara. Jimmy não foi hipócrita ao falar dos motivos que o fez ajudar Careca.
“Não ajudei o Careca por amizade. Seria mentira dizer isso. Ajudei porque ele tinha uns trinta ou quarenta jogadores e minha intenção era trabalhar com ele, que poderia ser minha conexão no futuro. Mas ele nunca me pediu para fazer nada ilegal”, afirmou Jimmy, que se apresenta nos lugares como agente da Fifa, mesmo sem ser credenciado pela entidade máxima do futebol mundial.
A Polícia Federal poderá solicitar nos próximos dias a prisão de Jimmy, para que ele justifique o fato de nunca ter declarado seus rendimentos para a Receita Federal. O empresário alega que tem tal procedimento por morar nos Estados Unidos, o que foi rebatido pelo deputado Jurandil Juarez (PMDB-AP). “A lei brasileira determina que todo cidadão brasileiro deve declarar, mesmo como cidadão residente no exterior. Não há justificativa para este senhor não declarar o Imposto de Renda”, afirmou Jurandil.
O deputado também lembrou que o passaporte europeu valoriza o passe de qualquer jogador. Ele exemplificou o caso do atleta Gedaías, que tinha o passe fixado em US$ 300 mil(aproximadamente R$ 570 mil) e quando conseguiu o passaporte esse valor pulou para US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 1,9 milhão). O empresário garantiu desconhecer tal fato.
Jimmy negou as acusações de que seja despachante de passaportes falsificados, como tinham acusado Careca e o empresário Sílvio Aki. “Nunca disse que era despachante. Se fosse, cobraria pelo meu serviço muito mais do que cobro, pois sei que os passes dos atletas estão muito valorizados”, afirmou Jimmy.
Para Jurandil, é muito mais do que coincidências o fato de pessoas acusadas de falsificação de passaportes e transferência irregular de jogadores para o exterior serem conhecidas de Jimmy. Estão nesse grupo os portugueses Mota Caldeira e Domingos Dejalo, o agente da Fifa Juan Figger e o advogado João Gonçalves, que trabalha para Figger e para o próprio Jimmy.