Belo Horizonte – Presidente da Agap (Associação de Garantia ao Atleta Profissional) de Minas Gerais, Wilson Piazza declarou nesta sexta-feira o seu descrédito quanto ao fim do passe, previsto para 26 de março. O ex-jogador tem viajado por todo o país devido às suas atividades na Faap (Federação das Associações de Garantia ao Atleta Profissional), que também preside, e conversado com políticos, dirigentes de clubes e, principalmente, com os que deveriam ser o mais interessados com a provável mudança: os jogadores.
“O que eu tenho percebido da última vez em que estive em Brasília é que há uma articulação para uma medida provisória ser baixada no sentido de adiar a Lei do Passe. Sou até favorável a prorrogação, desde que haja um entendimento entre as partes envolvidas e um amplo debate para discutir a questão”, analisa Piazza.
Segundo o ex-jogador, o principal motivo para que o fim do passe não seja implantado no país é a falta de união dos jogadores: “Não há unidade entre os jogadores. Desta forma, fica difícil você lutar por uma classe que não está preocupada com os seus próprios direitos”.
A respeito da Comissão de Notáveis, que foi criada no intuito de organizar o futebol brasileiro, tem uma certa contestação por Piazza, que, na sua opinião, deveria ser composta apenas por pessoas ligadas ao esporte. “Respeito o título que foi dado à comissão. Mas é preciso verificar quem é quem para não haver surpresas e que, o principal motivo da sua criação, seja cumprido. Fiz parte de uma comissão interministerial, no início dos anos 80, justamente para discutir os problemas do futebol. Mas tudo acabou ficando no meio do caminho por falta de vontade de se mudar alguma coisa”, finalizou.