São Paulo - O ex-conselheiro fiscal do Vasco da Gama, Hércules Figueiredo Santana, afirmou em depoimento à CPI do Futebol nesta quarta-feira que o Conselho Fiscal do clube não teve acesso ao contrato de parceria entre o clube e a empresa Vasco da Gama Licenciamentos, apesar de ter solicitado várias vezes.
"Apesar de reiteradas solicitações, a diretoria administrativa não apresentou o contrato para que pudéssemos ver as vantagens e riscos do clube'', declarou Santana segundo Agência Senado.
Santana, que foi conselheiro fiscal do Vasco entre 1998 e 2000, reclamou ainda de não ter tido acesso a extratos bancários de conta corrente e aplicações financeiras, documentações relativas à liberação e aquisição de passes de jogadores, bem como aos borderôs dos jogos - que trazem informações sobre renda e público pagante -, a recibos de pagamentos de atletas e a outros tipos de contratos.
Na reunião da CPI instalada no Senado, Santana disse ainda que não conseguiu identificar, no balanço fiscal do clube, a entrada dos US$ 8 milhões recebidos pela venda do jogador Edmundo ao clube italiano Fiorentina.
Durante o depoimento, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) fez a leitura da ata de reunião do conselho deliberativo do Vasco, publicada em janeiro de 1994, que admite a existência de "caixa dois''.
Segundo o senador, isso estaria implícito na decisão do conselho de cobrar da diretoria administrativa o acesso a toda a documentação contábil, incluindo "extratos de contas e documentos extracaixa''.