Rio - Um dos símbolos do Fluminense e do futebol brasileiro nas décadas de 70 e 80, Edinho Nazareth Filho, 'Edinho', atualmente um agente credenciado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), está passando uma temporada infernal.
Seu prestígio e sua credibilidade estão ameaçados desde que foi denunciado por dois jogadores - Aloísio e Alex, ambos atacantes da equipe francesa Saint Etienne - ante uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga os negócios obscuros no futebol.
Este é um artifício muito utilizado por empresários para negociar jogadores brasileiros com clubes europeus, como se fossem originários da própria Comunidade Européia. Se esses jogadores fossem registrados como estrangeiros, os clubes seriam obrigados a respeitar as cotas determinadas pela Uefa.
Nascido no Rio de Janeiro em 5 de junho de 1955, Edinho não precisava fazer mais nada desde que pendurou as chuteiras em 1989, defendendo o Grêmio de Porto Alegre.
Mas decidiu arriscar-se em outras atividades. Primeiro como treinador, na década de 90, e depois em meados da década passada, como agente de futebol creditado pela Fifa.
Um credenciamento que conseguiu rapidamente, graças ao prestígio adquirido como zagueiro (lateral esquerdo) do Fluminente, clube no qual estreou em 1975 e defendeu por sete anos. Em 1982, se transferiu para o italiano Udinese, depois de defender a seleção brasileira no Mundial da Espanha, no mesmo ano. Voltou em 1988 e novamente vestiu a camisa do Fluminense, a do Flamengo e a do Grêmio.
Integrou a seleção brasileira em três mundiais: Argentina-78, Espanha-82 e México-86, quando foi titular. Mas, vestindo a camisa verde-amarela, ganhou apenas um título, o dos Jogos Pan-americanos do México-75.
Ganhou três títulos cariocas (1975/76 e 80) pelo Fluminense e o do Rio Grande do Sul de 1989 pelo Grêmio. Até agora não fez nenhum comentário sobre as denúncias de Aloísio e Alex. Mantém silêncio absoluto até ser convocado pelos parlamentares para defender-se.