Rio - O ex-jogador Sócrates foi o que mais criticou
a Lei do Passe, durante debate sobre o assunto na Câmara dos Deputados,
qualificada por ele como uma legislação escravagista. Sócrates lembrou que
os argumentos dos que defendem a Lei do Passe são muito semelhantes aos que
eram ditos pelos inimigos da abolição da escravatura no Brasil.
Os dirigentes foram apontados por Sócrates como formadores de um
cartel inapto e corrupto, fruto de uma legislação escravagista. O ex-jogador
lembrou que os clubes tiveram tempo suficiente para se adaptarem às mudanças
que acontecerão no fim de março e que só não estão preparados por
incompetência dos seus dirigentes.
“As pessoas que militam no futebol se acostumaram a vender os
artistas, pois não sabem vender o espetáculo. Com o fim da Lei do Passe,
também vai acabar o Estelionato Futebol Clube. Acho até que os clubes devem
ser indenizados em alguns casos, mas os valores da indenização devem ser
pré-estabelecidos, para evitar mais corrupção”, afirmou Sócrates.
Se evitou especificar os dirigentes de clubes, Sócrates não poupou
críticas ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O ex-jogador ficou
indignado ao ouvir o dirigente dizer que, se Pelé quisesse, lhe daria o
cargo de presidente da entidade. “O Teixeira pensa que é o dono do futebol brasileiro”, afirmou.