Pequim - Pequim parabenizou a si mesma na sexta-feira pelo trabalho bem feito à medida em que chega ao fim a inspeção da candidatura chinesa para sediar as Olimpíadas de 2008 feita por membros do Comitê Olímpico Internacional (COI.)
Mas a inspeção foi novamente ofuscada por problemas de direitos humanos depois de uma notícia sobre a prisão de um ativista que pedia para o COI usar sua influência para libertar presos políticos.
A notícia veio à tona um dia depois de a polícia confirmar que uma mulher foi mandada a um campo de trabalho por fazer a mesma reivindicação.
O Centro de Informação pelos Direitos Humanos e pela Democracia, localizado em Hong Kong, disse que a polícia prendeu Wang Jinbo ao leste da cidade de Qingdao, na quinta-feira.
Wang está entre os 28 dissidentes que assinaram uma carta ao COI pedindo a libertação de ativistas presos, sob o argumento de que isso violaria o espírito olímpico.
Os dirigentes da candidatura chinesa alegaram não saber de nenhuma pessoa presa por se opor ao pleito chinês, e pediu ao COI para não misturar esporte com política.
``Nós entendemos que o espírito olímpico pede a separação entre esporte e política'', disse Jiang Xiaoyu, vice-presidente do comitê de candidatura de Pequim. ``A popularidade do movimento olímpico se deve ao fato de ele transcender diferenças de raça, nacionalidade e religião''.
O chefe da equipe de inspeção do COI, Wein Verbruggen, disse que eles estão na China para avaliar as vantagens esportivas e os aspectos técnicos do país, e não a sua política.
Alguns analistas opinam que, se a China sediar os Jogos, haveria uma aceleração nas reformas políticas no país através da integração com a comunidade internacional.
Por outro lado, há opositores que entendem que o COI não deveria aprovar um governo responsável pelo massacre de 1989 de estudantes pró-democracia na Praça da Paz Celestial.