Rio - O desafio de substituir Athirson no campo e no coração da torcida rubro-negra vai sendo vencido aos poucos. Na semifinal da Taça Guanabara, contra o Vasco, Cássio talvez tenha dado o maior passo para superar este obstáculo. Pela primeira vez desde a saída de Athirson para a Juventus, o Flamengo venceu um jogo importante graças a uma jogada criada pela lateral esquerda.
“Fiz, com certeza, o jogo mais importante da minha carreira. Num clássico nervoso como são todos os jogos contra o Vasco, realmente não é fácil. Cada jogador reage de uma maneira diferente e, na minha opinão, consegui superar bem esta etapa”, disse Cássio.
O jogador, no entanto, diz estar certo de que precisa de outras atuações de alto nível para se firmar na equipe rubro-negra. O lance que resultou no gol de Beto ainda está bem vivo na memória de Cássio. “Subi há pouco tempo dos juniores e ainda estou brigando pelo meu espaço. Participar do lance do gol foi importante. Lembro que Jorginho roubou uma bola e tocou para Roma. Quando os marcadores foram em cima dele, eu parti para a linha de fundo e vi Beto penetrando na área. Tive a sorte de acertar o cruzamento na cabeça dele.”
O jogador admite que ficou nervoso em um momento do clássico de quinta-feira. “ Foi num lance em que tive que marcar individualmente Romário. Ele era meu ídolo e é estranho jogar contra ele. Mas, na hora do jogo, a gente é obrigado a esquecer isso.”
Cássio parece consciente da responsabilidade que terá na busca do tricampeonato. “Os clássicos costumam ficar com os jogadores muito concentrados no meio-campo. O time que têm laterais que partem para o ataque, acabam levando vantagem.”
A comparação com Athirson, no entanto, não é tão bem vinda. “ As pessoas podem ter se lembrado dele no lance do gol. A comparação com Athirson é positiva, já que ele foi foi ídolo no Flamengo e sempre me deu força. Mas a responsabilidade é grande. Quero ser reconhecido pelas minhas qualidades.”
Cássio diz ser avesso às badalações. Pensando na final da Taça Guanabara, ele promete passar o carnaval em casa com a família. Em especial, com a irmã Clícia. “Ela é vascaína, mas está quase mudando de time. Ficou dividida na quinta-feira. Queria a vitória do Vasco e do irmão”, lembrou Cássio.