Belo Horizonte - O armador Ramon está fora dos planos do técnico Abel Braga no Atlético. Pelo menos por enquanto. E o treinador dá uma dica: se não se enquadrar no seu esquema, continua de fora.
A relação entre os dois já não era das melhores e foi agravada após o coletivo de terça-feira. O treinador queria que Ramon se posicionasse de uma maneira, mas ele não aceitou e questionou a determinação. Os ânimos ficaram exaltados, resultando numa discussão áspera entre os dois.
Jogadores experientes como Velloso e Guilherme entraram para apaziguar. Após o incidente, o nome de Ramon não constava da lista dos jogadores que iriam para a concentração, caso o clássico contra o Cruzeiro, pelas semifinais da Copa Sul-Minas, fosse confirmado para ontem.
O grupo chegou a se apresentar no Hotel Meliá, onde jantou, mas acabou sendo dispensado, pois o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) havia revogado a sua decisão, também tomada na terça-feira, de voltar o jogo para ontem.
Abel Braga entende a insatisfação de Ramon por estar na reserva. “É normal o jogador não querer ficar na reserva. O time está bem e os jogadores estão executando o que está sendo pedido", disse.
O técnico garante que o problema não é pessoal com o jogador. As relações entre eles começaram a se estremecer antes do jogo de volta contra o Marcílio Dias, no Mineirão, pela Copa Sul-Minas. O armador voltava de contusão e foi relacionado para a reserva. À noite, na concentração, alegou que estava passando mal. Foi medicado e dispensado, com aval do presidente do clube, Nélio Brant.
“Nunca trabalhei com Ramon e o seu problema não é comigo. Durante a pré-temporada, em Itaúna, foi bem e era titular da equipe. Ele está passando um momento difícil. Cada um tem um tipo de problema para solucionar", salientou Abel Braga. De acordo com o treinador, o jogador está exagerando um pouco. Quanto ao fato de não relacionar o armador para a concentração, foi curto e grosso: “Essa é uma posição minha."
Indefinição
O armador Lincoln fez questão de dizer ontem que a renovação de seu contrato ainda não está definida. Na terça-feira à tarde, ele assinou, às pressas, um documento que foi encaminhado à Federação Mineira de Futebol (FMF) regularizando sua situação junto à entidade. Mas a reunião entre seu advogado, Renan Kfuri, e a diretoria do Atlético para assinar o acordo, prevista para o mesmo dia à noite, acabou não ocorrendo.