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Minas reclama da própria torcida
Sábado, 10 Março de 2001, 01h09
Atualizada: Sábado, 10 Março de 2001, 01h09

Belo Horizonte - Torcida não entra em quadra, não ataca ou defende bolas, mas é consenso entre jogadoras e comissão técnica do MRV/Minas que ela terá um papel importante no jogo deste sábado, às 15 horas, contra o Blue Life/Pinheiros, a primeira da melhor de três partidas válidas pela fase de quartas-de-final da Superliga Feminina de Vôlei, que será realizada no ginásio do Pio XII, com transmissão ao vivo do canal Sportv.

“A torcida mineira é muito forte. Quando ela resolve incentivar, não tem coisa igual", elogia o técnico do MRV/Minas, William Carvalho, há duas temporadas comandando a equipe. “Não digo isso porque estou aqui trabalhando no Minas agora. Já estive do lado de lá, jogando no ginásio do Minas, e era um terror. É uma torcida fanática, que não tem idéia do poder que tem ao jogar o time lá para cima", completa.

De tão fanática, porém, a torcida acaba atrapalhando nos momentos em que mais o time precisa. “Queria que ela estivesse mais do nosso lado quando o time estivesse mal numa partida. Há casos estranhos, quando, por exemplo, coloquei a Kerly num jogo. Ela estava indo bem no jogo, mas errou uma bola e a torcida começou a pedir a Ângela. Na bola seguinte, ela acertou um bloqueio e rodou para a gente", recorda.

Para William, os torcedores precisam ter mais paciência com o time. “Têm que estar mais do nosso lado. Pois não sabem o que está acontecendo no Minas no dia-a-dia, nos treinos. Às vezes, uma jogadora, que tem a simpatia da torcida, não está bem. Às vezes tiro a Pîrv, porque a bola está passando por cima do bloqueio dela, e aí vem a vaia do ginásio inteiro. Não entendo o porquê de fazer aquilo", comenta.

As jogadoras concordam com William Carvalho. As atacantes Pîrv e Karin Rodrigues admitem que se sentem mais à vontade jogando na quadra adversária do que no próprio ginásio, devido à cobrança da torcida. “A gente fica mais ansiosa, querendo não errar por causa do público", confirma Pîrv. Karin Rodrigues. “O público daqui entende de voleibol. Às vezes isso é ruim, porque criticam bastante", conta Karin.

Karin admite que o time está devendo uma grande atuação em Belo Horizonte nesta Superliga. “Ficamos nos cobrando isso o tempo todo e isso acaba se refletindo na quadra. Mas jogadoras do nosso nível não podem usar isso como justificativa. Numa final em casa, não podemos jogar mal. Isso não pode afetar nosso rendimento", analisa a atacante da Seleção Brasileira que foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney.

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