Rio - Pelé e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, irão se reunir nesta terça-feira pela primeira vez como aliados depois de dez anos de oposição e críticas cruzadas.
O encontro será realizado no Ministério do Esporte, em Brasília, e Pelé e a CBF parecem dispostos a deixar de lado suas diferenças para assinar um "pacto pelo futebol", destinado a acabar com a crise que afeta o esporte nacional.
"Com razão este será o grande encontro do futebol brasileiro, uma oportunidade de nos aproximarmos depois de ter cometido um grande erro", declarou neste sábado Teixeira, decidido a orientar de uma maneira diferente sua gestão à frente da CBF com a ajuda de Pelé.
Desde o início dos anos 90, Pelé disse que a CBF estava cheia de corruptos e não apoiou nenhuma campanha esportiva organizada pela entidade enquanto que Teixeira lutou contra a aprovação da Lei Pelé, elaborada pelo ex-jogador quando era ministro extraordinário dos Esportes (1994-97).
Na terça-feira, além dos dois ex-rivais, uma comissão de advogados, especialistas esportivos e membros do ministério da Justiça vão começar a discutir sérias transformações para devolver ao futebol brasileiro sua qualidade e integridade.
Pelé afirmou que está disposto a formar um grupo de trabalho junto com Teixeira, e o Clube dos 13, entidade que reúne as principais equipes brasileiras, para acabar com a corrupção e as irregularidades que atingem atualmente o esporte.
Uma vez selada a paz, Teixeira pretende pedir a Pelé que seja o porta-voz da candidatura brasileira para o Mundial de futebol em 2010, já que a proposta brasileira para ser sede da Copa do Mundo de 2006 fracassou por entre outros motivos não contar com o apoio do ex-jogador.
Até o presidente da FIFA, Joseph Blatter, comemorou pela trégua entre Pelé e a CBF, considerando a iniciativa como uma boa notícia para "o futebol do mundo inteiro", já que só com "o trabalho em equipe de pessoas de talento, se poderá lutar pelo bem do esporte".