Rio - O enterro do ex-capitão da seleção brasileira de
basquete, campeã mundial em 1959, Zenny de Azevedo, o Algodão, foi marcado
pela revolta. O atleta, uma lenda do esporte, foi enterrado na tarde deste
sábado, em Campo Grande no Rio de Janeiro, onde morava, sem a presença de
qualquer autoridade ou dirigente do basquete nacional.
O único atleta ou representante do esporte na atualidade presente no enterro
foi o ala do Botafogo e amigo dos filhos e netos de Algodão, Alexey, que
ficou revoltado com o que viu. Emocionado, o ala, que mais tarde esteve no
Ginásio do Tijuca acompanhando a derrota do Botafogo para o Flamengo,
ex-clube de Algodão, afirmou que não entendeu a ausência de um dirigente do
Flamengo ou da Confederação Brasileira de Basquete no sepultamento do mito.
“Não havia uma bandeira ou autoridade da CBB ou do governo do estado. Só um
secretário do prefeito esteve presente e do Flamengo mandaram um funcionário
que recolheu a bandeira antes do sepultamento quando começou a chover. Deve
ter ido para o Maracanã ver o jogo de futebol. Onde estão os que amam o
esporte e deviam ter um mínimo de memória? O Algodão foi um dos maiores. A
bandeira normalmente é entregue à viúva e nem isso aconteceu!”, disse,
revoltado.
Alexey deixou claro que sua revolta foi compartilhada pelos ex-jogadores e
amigos que estavam no enterro. Um deles, ex-companheiro de Algodão no
Flamengo, Carlos Augusto, o Gutinha, que reclamou da falta de reconhecimento
de dirigentes de clubes e federações.
“O Oscar deve tomar cuidado. Ele é um monstro sagrado hoje, mas vai ser
esquecido, como foi o Algodão. O que adianta fazer tanto e no final não ser
reconhecido”, disse Alexey.