Rio - Petkovic nunca se qualificou como um artilheiro. No entanto, mesmo com a opção do meia em priorizar suas assistências, as marcas expressivas de goleador não passam em branco. E é justamente na Copa do Brasil que o meia sérvio do Flamengo detém sua maior façanha individual: em 99, quando ainda defendia o Vitória, da Bahia, Pet foi artilheiro da Copa do Brasil, com sete gols, marca que dividiu com Romário, então no Flamengo.
Nas estatísticas, Petkovic tem apenas um rival na artilharia gringa em competições nacionais desde 59, quando a Taça Brasil foi instituída: o uruguaio Pedro Rocha, que fez 17 gols e foi artilheiro do Campeonato Brasileiro defendendo o São Paulo. Fora o atacante uruguaio, nenhum outro estrangeiro levou artilharia em competições nacionais.
Na véspera de estrear na competição no jogo contra o River-PI, em Teresina, pela primeira rodada da Copa do Brasil, o meia sérvio do Flamengo mostra empolgação com a chance de repetir a façanha, mas quer, sobretudo, evitar o mesmo final de campanha de 99, quando o Vitória foi eliminado nas oitavas-de-final da Copa do Brasil com um empate com o Palmeiras.
“Mais do que ser artilheiro da competição, eu quero é ganhar títulos pelo Flamengo. Mas se puder ser artilheiro da Copa do Brasil e marcar uns 15 gols, seria ótimo, né?”, afirmou Petkovic. No Vitória, fiz sete gols, mas depois caímos fora. Agora, no Flamengo, quero ir até a decisão.
Apesar da perspectiva de conseguir um novo feito para a carreira, Petkovic não foge das características. Não faz auto-propaganda, nem promessas de gol, longe do estilo fanfarrão dos mais conhecidos. “Aqui no Brasil se valoriza muito quem faz o gol; mas quem faz os passes têm de ser lembrado também. Lá, na Europa, se fala muito nisso. Aqui, é chama mais a atenção quem marca”, afirmou o meia sérvio, sem criar muitas expectativas.
“Sou prioritariamente um meio-campista, se os atacantes conseguirem aproveitar os passes que dou para fazer os gols deles, também ficarei muito feliz”.
Completamente recuperado da contratura muscular na coxa direita, Petkovic aproveitou a falta de confiança que sentia nos treinos de recuperação do condicionamento físico nas últimas semanas para começar a aprimorar o chute com a perna esquerda. Resultado: no jogo contra o Bangu, Pet já arriscava até um toque de três-dedos com a esquerda para lançar seus companheiros de ataque.
“Sempre fui bom com as duas, mas já estava há algum tempo sem treinar com a esquerda. Mas nunca fui fraco com ela”, disse Petkovic, que afirmou não sentir mais dores na perna, apenas um tostão que levou na panturrilha direita no último jogo contra o Bangu.
Bem disposto e sorridente, Petkovic, de volta ao ritmo normal, já pôs novamente até as cobranças de faltas no repertório do dia-a-dia, pronto para melhorar os índices do ano passado e – quem sabe? – repetir a campanha de 99 e fazer história na artilharia da Copa do Brasil.